As operadoras de saúde vão defender que o chamado plano popular – proposto pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, para levar mais clientes para o setor suplementar – tenha cobertura igual à do Sistema Único de Saúde (SUS). Hoje, algumas terapias inovadoras, como medicamentos quimioterápicos, são oferecidas somente pelos planos de saúde.

“Nossa proposta é que o rol de cobertura mínima definido pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) seja mantido, mas que ele siga as mesmas regras da Conitec (Comissão de Incorporação de Tecnologias no SUS), que é quem define o que é coberto na rede pública”, disse aoEstado Pedro Ramos, diretor da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), durante congresso da entidade, realizado nesta quinta-feira, 1º, em São Paulo.

A proposta do setor será levada ao grupo de trabalho que discute o modelo de plano popular a ser apresentado. A primeira reunião da comissão foi feita na quarta e contou com participantes das operadoras, hospitais, médicos e entidades de defesa do consumidor, além de membros do Ministério da Saúde e da ANS.

Segundo Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da ProTeste, que participou da reunião desta quinta, nenhuma proposta concreta foi feita, mas a sugestão de equiparação das coberturas do SUS e dos planos seria um “retrocesso”. “Precisamos esperar o que vai vir para avaliar melhor, mas consideramos que o que já tem no rol é direito adquirido dos consumidores e isso não deve ser alterado”, disse.