A pandemia fez com que muitas empresas repensassem os programas de assistência à saúde para que esses possam continuar a ser ofertados sem afetar o caixa da organização.

Os planos de saúde empresariais impactados pela Covid-19 deixam isso bastante claro, apesar de durante a pandemia o uso do plano ter diminuído, conforme indicam as empresas.

A ANS também constatou essa diminuição em relação ao ano anterior, por exemplo, em abril de 2019 a taxa de ocupação de leitos geral era de 72% e no mesmo mês deste ano caiu para 51%.

Se por um lado houve a diminuição de sinistros, por outro os custos com a Covid-19 aumentaram.

No mês de julho, uma internação cirúrgica sem UTI custava em média R$ 5.900, já uma por Coronavírus no mesmo período ficava em torno de R$ 9.747.

O que se percebe é que os custos com a doença podem ser bastante altos e as pessoas estão usando o plano de saúde para buscar atendimento.

Apesar da redução de sinistros o que se espera é que haja um aumento e talvez até surja uma bolha após esse período porque as pessoas estão adiando a ida ao médico e evitando cirurgias por conta do risco de contaminação.

A suspensão do reajuste dos planos 

A ANS impôs uma série de regras em relação a Covid-19 e uma delas foi autorizar o atendimento por telemedicina e obrigar os planos de saúde a oferecerem o teste para identificar a doença.

Outra medida foi a suspensão dos reajustes dos planos de saúde durante o período de setembro a dezembro, tanto por conta do reajuste anual como por faixa etária.

Essa medida visa ajudar empresas e pessoas que tiveram suas rendas impactadas pelo Corona vírus.

A questão é que os planos de saúde empresariais impactados pela Covid-19 com mais de 30 vidas podem ter como opcional adiar esse reajuste.

Como nesse caso a negociação é feita entre a empresa e a operadora sem que haja uma regulamentação da ANS, se a organização considerar que esse é um momento de aplicar os reajustes, ele poderá ser feito.

A grande questão é que os valores sofrem variações conforme a utilização dos planos e custos que as operadoras possuem em relação à saúde e apesar de ter havido uma redução em relação aos sinistros, foi possível observar o aumento de custos em alguns procedimentos.

Isso pode resultar em aumentos acima do esperado no próximo período.

Os planos de saúde empresariais impactados pela Covid-19 e a coparticipação 

As empresas já estão cientes de que os programas de saúde são essenciais e que podem afetar financeiramente as organizações, por isso, muitas já começaram a investir em ações de saúde, bem-estar e telemedicina.

Essas visam estimular os funcionários a se cuidarem melhor e a reduzir os custos.

Outras estratégia que já vinha sendo adotada antes da pandemia e que tende a se intensificar dentro do cenário empresarial é adoção de planos com coparticipação.

Cerca de 61,9% das empresas já contam com o serviço com coparticipação ou participação do usuário, e dessa forma é possível a transferência de custos e diminuição dos gastos empresariais.

A questão é conscientizar o beneficiário do plano sobre como funciona essa coparticipação para que ele não seja pego de surpresa com os custos extras.

Além dessa estratégia, muitas empresas estão migrando de operadoras para conseguir valores mais acessíveis e dessa forma não precisar cortar o benefício.

A telemedicina também foi adotada como forma de driblar as dificuldades financeiras.

Uma pesquisa da Mercer Marsh Benefício apontou que de janeiro a julho, 54% das empresas adotaram a telemedicina e a terapia online foi incorporada por 40% delas.

Além disso, a tecnologia serviu para oferecer atividades físicas a distância em 61% dos casos.

Esses números deixam claro que a tecnologia pode ser uma aliada para reduzir custos, mas também para garantir a continuidade de programas de cuidados com a saúde para os colaboradores.

Os planos de saúde empresariais impactados pela Covid-19 possivelmente serão mais evidentes a partir do ano que vem quando todos aderirem aos reajustes, e as empresas que desejam continuar ofertando o serviço podem precisar rever a forma como ele é disponibilizado para buscar alternativas e não sofrerem com os impactos financeiros.