O número de beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares registrou ligeiro avanço neste ano. O total de vínculos deste tipo cresceu moderadamente (0,1%) na comparação entre abril de 2020 e o mesmo mês do ano anterior, gerando 53 mil novos vínculos. Os números integram a Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). No total, o setor conta com quase 47 milhões de beneficiários no Brasil.

“A variação é modesta, mas ainda assim é um bom indicativo para o setor”, comenta José Cechin, superintendente executivo do IESS. “O futuro tende a se dividir entre dois efeitos que atuam em direção oposta. De um lado, há o aumento do número de beneficiários em função do desejo das pessoas por terem plano de saúde, exacerbado pela pandemia. De outro, a redução do total de beneficiários, o fechamento de empresas, o desemprego e a perda de renda. Ainda é incerto qual irá prevalecer”, complementa.

Mesmo com o resultado positivo, o instituto reforça que em abril deste ano, 80,7% dos beneficiários de planos médico-hospitalares eram do tipo coletivo, ou seja, 37,9 milhões. Desses, 83,7% eram coletivos empresariais e 16,3% estavam na modalidade coletivo por adesão. O que demonstra a relação direta do segmento com o mercado de trabalho.

Os dados divulgados recentemente pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostram uma realidade preocupante. “Será a primeira vez desde que começou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) do IBGE, em 2012, que menos da metade da população em idade de trabalhar estará ocupada”, alerta Cechin.

O boletim do IESS mostra que o mês de abril foi marcado pelo menor número de adesões aos planos médico-hospitalares dos últimos 12 meses. Os dados do mês demonstram, no entanto, a estagnação do mercado por conta da pandemia. Tanto as cerca de 840 mil novas adesões quanto os 910 mil cancelamentos estão abaixo da média quando comparados com os últimos meses, o que reforça a desaceleração da economia como um todo. Contudo, o saldo negativo de 70 mil vínculos neste mês é o maior desde julho do ano passado. O IESS alerta, entretanto, que a variação mensal pode sofrer modificações retroativas em função das revisões efetuadas mensalmente pelas operadoras.