O número de beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares caiu 2,7% nos 12 meses encerrados em março deste ano quando comparados ao período anterior. Os dados foram divulgados no Boletim “Conjuntura Saúde Suplementar”, do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). Para a entidade, a retração do Produto Interno Bruto (PIB) e da renda das famílias e o aumento na taxa desocupação são os principais fatores que influenciaram negativamente o setor.

O superintendente executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro, destaca que há uma relação direta entre a taxa de desocupação, aferida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e a redução do total de beneficiários de planos coletivos. “A deterioração do mercado de trabalho impacta diretamente na contratação de planos coletivos, especialmente nos coletivos empresariais”, afirma, em nota, lembrando que, enquanto o total de beneficiários destes planos recuou 2,7%, entre o primeiro trimestre de 2016 e o mesmo período do ano anterior, a população ocupada diminuiu 1,5%.

Os planos coletivos empresariais são aqueles pagos total ou parcialmente pela empresa contratante como um benefício para o funcionário e são comumente usados como benefício para a retenção de talentos. Assim, de acordo com o executivo, é natural que o total de beneficiários desse tipo de planos diminuam com a redução do total de empregados.

Nos 12 meses encerrados em março deste ano, houve redução de 2,3% no total de beneficiários de planos de saúde individuais ou familiares. Nesse caso, é a retração da renda das pessoas ocupadas, que caiu 3,1% no período, o que impacta diretamente o total de beneficiários, segundo o IESS.

“Com as famílias ganhando menos e o medo crescente de perderem o emprego, além de ter que cortar os custos de planos de saúde para pagar, por exemplo, a conta do mercado, aquelas famílias que planejavam adquirir um plano de saúde, estão adiando seus planos até que a economia volte a melhorar”, diz Carneiro.