Com receio da pandemia do novo coronavírus, muitos pacientes de planos de saúde começaram a utilizar a teleconsulta, que tem se tornado cada vez mais popular. Segundo a Federação Nacional de Saúde Complementar (Fenasaúde), as operadoras associadas chegaram a fazer em média 250 mil teleconsultas por mês em 2020, e 88% dos atendimentos foram resolvidos dessa forma.

Desde o início da pandemia, o Conselho Federal de Medicina (CFM) reconhece a teleconsulta em três moldes: a teleorientação, que permite que os médicos encaminhem pacientes em isolamento; o telemonitoramento, possibilitando acompanha-lo à distância; e a teleinterconsulta, usada entre médicos para trocar informações e chegar a um diagnóstico.

Apesar de o formato ter um caráter de expecionalidade, muitas operadoras acreditam que a teleconsulta é uma tendência e deve ser cada vez mais procurada. “A gente começou já com essa pegada digital e a telemedicina foi um pilar muito importante para isso”, afirma o diretor médico da QSaúde, Ricardo Casalino, à CNN.

O servidor público Guto Netto foi um dos que utilizou o serviço, quando estava com suspeita de Covid-19. “O atendimento foi como se eu estivesse no consultório, com a diferença de olhar para a tela do celular”, disse.

O advogado em atendimento em saúde Marcos Patullo acha cedo para dizer se redução do uso do pronto-socorro está ligada ao uso da telemedicina. “O que se argumenta é que a telemedicina pode impedir que a pessoa vá desnecessiamente ao pronto atendimento, faça exames e mobilize uma estrutura hospitalar desnecessariamente. Ainda não dá para medir isso”.

Casalino crê que o aumento do método não vá acabar com o atendimento presencial. “A consulta presencial tem valor, nunca vai terminar. A parte de humanização, estar próximo, nunca vai ser substituída. Com a telemedicina de prontidão para quando precisar, você previne doenças e promove saúde”.