Em agosto deste ano, o mercado de planos de saúde médico-hospitalares registrou o melhor saldo mensal desde outubro de 2017. Os dados estão na Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), divulgada pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). Com avanço de 0,4%, o saldo para o mês ficou em mais de 190 mil novos vínculos.

Segundo José Cechin, superintendente executivo do IESS, o resultado está relacionado com o desempenho do mercado de trabalho nacional. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontaram que, em agosto, a produção da indústria brasileira encerrou três meses de perdas e registrou o melhor resultado em cinco anos com alta de 0,8% em relação a julho. “A criação de postos de trabalho no segmento da indústria tem impacto direto na saúde suplementar, por ser a atividade mais formalizada e com maior participação na contratação de planos de saúde”, afirma. “Apesar de ser apenas um primeiro sinal, esta ligeira alta pode representar o início de uma retomada efetiva da produção industrial e da criação de novas vagas de emprego e mais beneficiários de planos médico-hospitalares”, comenta.

O executivo ainda lembra que publicação da Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou que o Índice de Medo do Desemprego caiu 1,1 ponto em setembro desse ano. A pesquisa é trimestral, então a base de comparação é junho desse ano. “A queda indica que as famílias também estão mais confiantes para adquirir novos produtos e serviços, inclusive de assistência privada à saúde”, projeta. Vale lembrar que o plano de saúde é o terceiro maior item de desejo do brasileiro, atrás apenas de educação e casa própria segundo a pesquisa IESS/Ibope.
O boletim voltou a registrar ligeira variação positiva de 0,1% entre agosto deste ano e o mesmo mês de 2018, o que representa cerca de 49 mil novos vínculos firmados nesse período. Em números absolutos, Minas Gerais registrou aumento de 51 mil novos vínculos, ou 1,0%. No entanto, o Rio Grande do Sul registrou perda de 44.871 beneficiários no período de 12 meses.

Cechin reforça que, embora o crescimento em doze meses ainda seja modesto, o do trimestre e especialmente o do último mês foram expressivos. “Considerando o movimento que o mercado vem apresentado desde o final de 2014, esses avanços recentes, ainda que modestos, podem ser considerados muito positivos. A continuidade desse tipo de resultado depende de uma retomada mais expressiva da atividade econômica, particularmente do mercado de trabalho formal. Somente uma retomada consistente permitirá que se recuperem os mais de 3 milhões de vínculos rompidos nos últimos anos”, conclui Cechin.

Já o mercado de planos exclusivamente odontológicos segue como destaque positivo na saúde suplementar brasileira. Entre agosto deste ano e o mesmo mês do ano passado, houve crescimento de 5,7% no total de beneficiários, correspondendo a 1,3 milhão de novos contratos. Com isso, o segmento ultrapassou a marca de 25 milhões de vínculos.