Em 2016, o total de beneficiários de planos médicos hospitalares recuou 2,8%, o que representa o rompimento de 1,4 milhão de vínculos. Um movimento que faz sentido frente a redução de 1,32 milhão de empregos formais registrada no Brasil ao longo do ano passado.

Contudo, no mesmo período, o mercado de planos exclusivamente odontológicos registrou alta de 3,8%, com o acréscimo de 815,3 mil novos vínculos. O que, então, justifica esse comportamento?

A primeira “vantagem” dos planos exclusivamente odontológicos é que, apesar de ter superado a marca dos 22 milhões de beneficiários em 2016, o segmento ainda conta com menos da metade do total de vínculos médico-hospitalares. Ou seja, ainda está longe de ser maduro e tem mais margem para crescer.

Os custos de planos exclusivamente odontológicos também são mais atrativos se comparados aos planos comuns, o que permite tanto as famílias acessá-los com mais facilidade, mesmo com a redução da renda média; quanto as empresas, mesmo em um momento de crise econômica, oferecer o benefício com menos impacto nos seus custos.

Aliás, esse é justamente um dos pilares do crescimento destes planos. Cada vez mais empresas têm oferecido o benefício como uma forma de reter talentos. A exemplo do que acontece com os planos médico-hospitalares, os planos coletivos empresariais (aqueles oferecidos pelas empresas aos seus colaboradores) também respondem pela maior parte dos vínculos exclusivamente odontológicos: são 16,2 milhões ou 73,5% do mercado.

Os custos reduzidos em comparação com os planos médico-hospitalares também resultam em mais uma distinção: não é o acesso, mas a educação o principal determinante para que as pessoas mantenham cuidados adequados com sua higiene bucal. O fato é constado em pesquisas internacionais como a “Socio-Economic Determinantsof the Need for Dental Care in Adults”, apresentada na 14° edição do Boletim Científico com o título “Determinantes socioeconômicos da necessidade de assistência odontológica em adultos”.

Já que, de acordo com dados do IBGE, a escolaridade média do Brasileiros cresceu 29,6% entre 2001 e 2015 (o crescimento ultrapassou os 50% para certos grupos), é natural que também o cuidado bucal e a busca e valorização dos planos exclusivamente odontológicos cresça no País.

Esses fatores, somados, tem impulsionado a contratação desses planos nos últimos anos e indicam que ainda há espaço para continuar crescendo. Mas claro, há desafios no caminho.