“O medo paralisa. Mas é um agente potencial de transformação. Conheço diferentes perfis de profissionais, mas há sempre o medo do novo. A inovação traz esse receio, mas muitas possibilidades. É hora de as entidades de classe buscarem o protagonismo. E criarem, do caos, a oportunidade”, disparou a Dra. Layla Almeida, infectologista e coordenadora médica da plataforma Conexa Saúde, em nosso webinar “Telessaúde – A Nova Era Da Medicina e do Cuidado”.

A fala da especialista é certeira para o momento. Apesar de parecer algo muito recente, a Telessaúde teve seu início ainda nos anos 1960 em decorrência da corrida espacial e da Guerra Fria. Com a rápida evolução nas áreas da eletrônica, das telecomunicações e da computação nos últimos 15 anos, popularizou-se o acesso a diversas tecnologias antes inimagináveis ou com altos custos para grande parte da população.

Evolução natural dos cuidados no processo da transformação digital da sociedade como um todo, a Telessaúde deve acelerar a integração dos diversos serviços, aumentar a logística para resolução de problemas, garantir mais acesso e qualidade na assistência ao paciente. O assunto ganhou ainda mais repercussão neste ano em função das mudanças trazidas pela pandemia pelo novo Coronavírus.

“É um momento em que o mundo precisa mudar o mindset por uma questão de sobrevivência. Nós, como médicos, e todas as estruturas de saúde, precisam ter em mente o cuidado ao paciente acima de tudo”, comentou Dr. Antonio da Silva Bastos Neto, diretor-executivo médico do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. “A sociedade mudou. Precisamos cumprir a nossa missão de atender as pessoas. É inadmissível que em pleno 2020 ainda tenhamos pacientes que não consigam ter acesso à saúde de qualidade.

O webinar ainda teve a participação do Dr. Chao Lung Wen, professor associado da USP com Livre Docência na área e chefe da disciplina de Telemedicina da FMUSP e um dos maiores especialistas no assunto no País. Para ele, as tecnologias têm grande potencial para agregar novas soluções em saúde, e muitos dos procedimentos e atendimentos presenciais poderão ser complementados, ampliados ou substituídos por interações intermediadas pelos novos dispositivos. “A Telemedicina não desumaniza. Do mesmo modo que estar face a face com o paciente não significa humanização. Isso está diretamente relacionado com a postura do profissional, sua formação e preocupação com o paciente. Não existe competição entre medicina e telessaúde”, apontou.