Palestrante no 21º Congresso Abramge e 12º Congresso Sinog 2016, José Carlos Abrahão, presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), afirmou que “o setor só sobreviverá se houver um diálogo franco e objetivo entre os participantes, e se pensarmos que todos nós dependemos do setor de saúde público e privado”.

Segundo ele, são cerca de 45,8 milhões de beneficiários de planos de assistência médica no país, o que representa uma taxa de cobertura de 25,17% da sociedade. Porém, em um período de um ano houve a redução de 1,7 milhão de vidas. “Queda que é ruim para o setor e para a ANS”, afirmou.

Ele também previu que este número pode chegar a dois milhões até o final do ano, considerando que nos últimos dois meses a perda foi, em média, de 100 mil vidas/mês. “Perdas que no mutualismo impactarão de forma significativa”, acrescentou.

Abrahão defendeu que é preciso olhar para o médio e longo prazos, e que os desafios começam com a garantia de acesso. “Como também a garantia da qualidade e da sustentabilidade do setor, não apenas do lado financeiro, mas também assistencial”, pontuou.

Ele também falou sobre a transição demográfica, a longevidade, e a inovação tecnológica que aumenta os gastos com saúde e que precisa ser acompanhada para comprovar a sua eficácia. “Nós precisamos aperfeiçoar a elaboração de políticas públicas e as avaliações de seus impactos na regulamentação. A saúde tem que ser baseada em evidência, é preciso padronizar procedimentos e ter indicadores de desempenho”, disse.

Para finalizar, Abrão, que é defensor do modelo de coparticipação, afirmou: “espero que tenhamos esse modelo antes de eu sair da ANS. Isso fará com que a as pessoas valorizem o que têm, avaliem o que estão pagando, para partirmos de um modelo de tratamento para o de prevenção”.