O presidente da FenaSaúde, João Alceu Amoroso Lima, defendeu a rápida regulamentação definitiva da telemedicina. Ele ressaltou alguns aspectos que merecem atenção especial por parte do Conselho Federal de Medicina (CFM), a quem caberá à tarefa.

“A grande vitoriosa da pandemia foi a telemedicina. Filtrou a ida a prontos-socorros e atende centena de milhares de casos com índice de resolutividade de 85% na primeira consulta”, afirmou João Alceu, no webinar “Como a pandemia tem transformado as relações entre prestadores e operadoras de planos de saúde”, promovido pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) na última quinta-feira (17).

Com relação à territorialidade, ou seja, a possibilidade de pacientes serem atendidos por médicos de outra região ou estado, as melhores experiências indicam que o acesso deve se dar sem limitações. Já a decisão sobre a necessidade de a primeira consulta ser ou não presencial deve caber ao médico, caso a caso. Finalmente, a remuneração das consultas à distância deve resultar de livre negociação entre prestadores e operadoras, como ocorre com os procedimentos presenciais.

João Alceu, entretanto, afirmou que a empresa que estiver interessada na telemedicina apenas por redução de custos “queima a largada”. O objetivo é racionalizar as operações e oferecer um serviço mais eficiente para o beneficiário.

O presidente da FenaSaúde, em sua fala, também destacou os avanços no combate à covid-19. “Não se tinha protocolo, havia desconhecimento da doença. Aprendeu-se a melhorar o protocolo e os resultados são visíveis”, disse. João Alceu também comentou sobre a volta à normalidade dos índices de sinistralidade, após uma queda ocorrida durante o pico da pandemia. “O fato é que volume e frequência estão voltando. Acreditamos que lá para outubro ou novembro a frequência seja normalizada”, previu.

Também participaram do webinar o diretor-presidente da ANS, Rogério Scarabel; o presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), Reinaldo Scheibe; o vice-presidente do conselho da Anahp e diretor geral do Hospital Israelita Albert Einstein, Henrique Neves. A mediação foi de Leandro Reis, vice-presidente médico da Rede D’Or São Luiz.