Nos próximos três anos, o economista João Alceu Amoroso Lima estará à frente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde). O executivo espera que no período de sua gestão o segmento volte a crescer, após a significativa evasão de beneficiários entre 2015 e 2017. Ele aponta os avanços esperados para o segmento.

“Um dos principais indicadores do mercado de saúde é o número de beneficiários. Observamos nos últimos três anos uma queda expressiva desse número, que chegou a três milhões de perdas até meados de 2018. Desde então, vimos uma estabilização e a quantidade de beneficiários voltou a crescer – aumento de 200 mil beneficiários entre 2017 e 2018. Com a expectativa de recuperação econômica maior a partir desse ano, nosso desejo é que o setor possa recuperar os três milhões de beneficiários nos próximos três anos”, comenta João Alceu.

Além da retomada da economia, a entrada de um novo Governo – baseado em uma agenda econômica mais liberal – marca um novo momento no debate sobre as pautas do setor.

Com o objetivo de contribuir com essa discussão,  a FenaSaúde elaborou o documento ‘Desafios da Saúde Suplementar’, no fim do ano passado, com 11 medidas para combater a escala dos custos médicos, que reflete diretamente na majoração das mensalidades de planos de saúde.

Dentre as ações, adotar ou fortalecer a atenção primária à saúde e rede hierarquizada; novas regras de precificação e reajuste; mudança nas regras de incorporação de novas tecnologias; combate a fraudes; mudança do modelo de remuneração dos profissionais de saúde; análise de impacto regulatório (AIR); criação de produtos de previdência e poupança vinculados à saúde; e maior transparência dos custos ao longo de toda a cadeia de Saúde Suplementar, entre outras. A publicação já foi entregue ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

Além disso, a diretoria da FenaSaúde tem se reunido com outras entidades do setor, como Unimed, Unidas e Abramge, para formular pauta comum que será encaminhada ao Ministério da Saúde nos próximos meses. “Esperamos em 2019 uma atuação ainda mais próxima da ANS, com o desenvolvimento gradual das pautas formuladas em conjunto com as outras entidades e que estão bastante alinhadas com o discurso do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Entre os tópicos estão a integração do setor privado com o setor público; o foco na assistência primária à Saúde e uma possível revisão das normas de regulação que hoje inibem a venda de seguros individuais. Se conseguirmos avançar em algum desses pontos, já será uma grande vitória para 2019”, concluiu.