“Quando a medicina se engana”, que aborda o estudo desenvolvido por dois médicos americanos, o clínico geral Adam Cifu e o oncologista Vinay Prasad, mostrando que a crença mecanicista do funcionamento do corpo e a fé quase espiritual na medicina costumam ser grandes equívocos de expectativa dos pacientes.

Uma equipe liderada pelos dois pesquisadores analisou mais de 2 mil estudos sobre técnicas cirúrgicas, eficácia de medicamentos e precisão de exames. Dos 363 artigos que testavam práticas já adotadas pelos médicos nos consultórios e hospitais, 40% sugeriam que as técnicas não funcionavam tão bem quanto os estudos iniciais apontavam, sendo que algumas chegavam a oferecer riscos que não haviam sido contemplados em princípio.

De acordo com a matéria, também contribui para o problema da adoção de medicamentos/tratamentos não necessariamente eficientes o fato de, em muitos casos, serem os próprios fabricantes os responsáveis por conduzir os estudos clínicos, apresentando resultados que podem ser selecionados para parecerem mais animadores, favorecendo, assim, o produto.

Em 2013, a agência alemã que avalia novas tecnologias em saúde (IQWiG) fez um levantamento apontando que 60% dos dados descobertos pelas empresas durante testes com drogas foram omitidos dos artigos científicos divulgados publicamente. Entre outros fatores que contribuem para o problema estão o excesso de confiança do médico em seu conhecimento já estabelecido e até a pressão dos pacientes pela adoção de novas terapias.

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