O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse hoje que a pasta vai insistir para que a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) permita que as vacinas contra a covid-19 sejam incorporadas pelos planos de saúde. O ministério já fez essa solicitação em julho deste ano, mas foi barrado pela agência.

“Lamentavelmente, a agência entendeu que não seria o caso, mas o nosso modesto entendimento é divergente em relação a essa posição e nós vamos insistir para que essas vacinas sejam incorporadas na saúde suplementar”, disse o ministro.

Para Queiroga, a incorporação dos imunizantes no rol de cobertura dos planos de saúde seria uma forma de o governo evitar gastos, uma vez que parte da população se vacinaria pelo plano de saúde e, segundo ele, uma parcela de imunizantes seria ressarcida ao SUS (Sistema Único de Saúde) pelas operadoras de saúde.

Em coletiva de imprensa, o ministério da Saúde afirmou hoje que o investimento previsto para 2022 na aquisição de vacinas é de R$ 11 bilhões. Este valor seria usado na aquisição de 100 a 150 milhões de doses da Pfizer e de 120 a 180 milhões de doses da Oxford/AstraZeneca, produzidas pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) tanto com IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) importado quanto nacional.

“O que é incorporado no SUS, de acordo com a legislação, quando um beneficiário da Saúde Suplementar utiliza tem que ser ressarcido ao SUS”, afirmou. E completou: É vantajoso para as operadoras de planos de saúde, porque ao vacinar os seus beneficiários, naturalmente, menos covid, menos internações e menos custos”.

O ministro reforçou que o tema deve ser revisitado “de forma mais técnica”. Ele, porém, fez a ressalva de que o governo não interfere nas agências. “Nós não interferimos em agência nenhuma, elas são autônomas, mas isso não quer dizer que nós não façamos as nossas solicitações fundamentadas para que as agências deem as respostas que a sociedade brasileira quer dessas agências”.