As ações do grupo de hospitais privados Rede D’Or estrearam nesta quinta-feira, 10, na Bolsa brasileira e, logo nas primeiras horas do pregão, registraram alta de cerca de 9%, o que representou um ganho extra de aproximadamente R$ 10 bilhões em valor de mercado. A empresa fez seu debut na B3 entre as dez mais valiosas: a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) movimentou R$ 11,4 bilhões, com a participação de investidores estrangeiros como o megainvestidor George Soros.

Apesar de a oferta ter gerado muita atenção e recebido muitos holofotes, dado o seu porte bilionário e por ser uma das maiores da história da Bolsa brasileira, não houve uma cerimônia de estreia, como ocorre tradicionalmente; com a pandemia, essas cerimônias passaram a ser virtuais. Houve uma reunião virtual fechada, restrita a executivos da Rede D’Or, apenas para formalizar o IPO. Além dos executivos, o presidente da B3, Gilson Finkelsztain, deu as boas-vindas no encontro.

“Durante o ano de 2020, agradecemos ao trabalho essencial dos hospitais e profissionais de saúde, que atuam na linha de frente no enfrentamento da pandemia da covid-19. Assim, é emblemático acompanharmos o IPO de uma empresa que trabalha incansavelmente para a saúde dos brasileiros”, disse o presidente da B3.

Em relatório em que sugeriu ao clientes a participação na oferta, a casa de análise Eleven Financial disse que, mesmo que a pandemia tenha afetado o desempenho da Rede D’Or no curto prazo, o entendimento foi de que a abertura de capital tratava-se de “oportunidade única” de ter exposição ao líder no segmento de saúde hospitalar no Brasil com uma estratégia de crescimento bem definida, retornos atraentes e um sólido histórico de crescimento, segundo documento assinado pelos analistas Mariana Ferraz, Luísa Hiraki, Daniela Bretthauer  e Carlos Eduardo Daltozo.

A Rede D’Or estreou na Bolsa brasileira como a “primeira empresa pura” de hospitais. As que já estavam listadas são de operadoras de planos de saúde, que, por serem verticalizadas, têm hospitais. Os papéis da Notredame Intermédica têm R$ 42 bilhões em valor de mercado e os da Hapvida, R$ 53 bilhões. Existe ainda a Qualicorp (R$ 9,7 bilhões de valor de mercado), que tem entre seus acionistas a própria Rede D’Or – com uma fatia de 12,95%.

O IPO da Rede D’Or foi o 26.º da B3 apenas em 2020. O volume movimentado, considerando também as ofertas subsequentes, que são as ofertas das empresas já listadas, supera o R$ 110 bilhões, marcando recorde histórico.