Rede D’Or está negociando junto com as operadoras de planos de saúde reajustes de dois dígitos, que recomponham o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). “Os ganhos de margem virão de projetos de redução de custos, que virão principalmente, da linha de materiais e medicamentos”, disse Paulo Moll, presidente da companhia, durante teleconferência para analistas e investidores.

A companhia iniciou programa de redução de custos e a meta é que essa linha do balanço atinja 18,7% da receita, patamar de 2019, ainda neste ano. Também há renegociações e análise de custos com serviços terceirizados e pessoal.

Moll destaca que possui com as operadoras contratos de pagamento por pacote de procedimentos e outros modelos de remuneração semelhantes que ajudam neste momento de negociação de reajustes.

Outro indicador financeiro que deve ter melhora, segundo Moll, é o prazo de pagamento, com redução de cinco dias. A companhia prevê a recuperação de recebíveis de R$ 300 milhões junto a operadoras nos próximos trimestres.

A alta na taxa Selic não alterou os projetos de expansão, tanto de fusões e aquisições como orgânico, da Rede D’Or.

Segundo Moll, os custos das obras dos hospitais não tiveram alteração mesmo com a alta de preço dos materiais da construção civil. O grupo hospitalar, que atualmente tem cerca de 11 mil leitos, pretende acrescentar 6,7 mil novos leitos em cinco anos. Desta quantia, 60% são obras de brownfield (de projetos já em funcionamento), cuja taxa de retorno é de 40%. Já nos projetos de fusões e aquisições e greenfield (projetos novos), esse percentual gira na casa dos 20%, segundo Otavio Lazcano, diretor financeiro do grupo hospitalar.

Entre as aquisições, os ativos de serviços ambulatoriais como clínicas e laboratórios de medicina diagnóstica não são a prioridade do grupo hospitalar, que no ano passado tentou comprar a Alliar.

O maior foco da companhia são os hospitais e um dos fatores que tem atraído médicos renomados é o Instituto D’Or, centro de pesquisa com 100 PHDs e que já recebeu aportes da família Moll de mais de R$ 500 milhões. O Instituto D’Or participou, por exemplo, das pesquisas em parceria com a Universidade de Oxford e AstraZeneca no processo de produção da vacina contra a covid-19.