Nos últimos cinco anos a economia brasileira apresentou forte retração, impactando diversos setores da sociedade com alta na inflação e na taxa de desemprego. No entanto, especialistas acreditam que nos próximos cinco anos haverá muitas mudanças, como a aceleração da economia e a redução da tensão política, pontos que auxiliam na boa reputação do Brasil.

“Precisamos olhar para frente e entender o que vai acontecer. Nos próximos anos inicia-se um novo ciclo, tudo será diferente. As transformações serão perceptíveis, especialmente na área da saúde, onde novos modelos de instituições devem ganhar importância e força”, avalia Roberto Padovani, economista e assessor do Ministério da Fazenda na implementação do Plano Real.

Assim como em outros mercados, o desemprego atingiu também o setor da saúde, em poucos anos houve retração de mais de 90% na geração de empregos, este dado confirma a queda nos custos com instituições e profissionais e a influência da alta na inflação. “Olhando para os próximos anos, considerando a retomada da economia do país, é preciso que as empresas que atuam no setor de healthcare considerem sua consolidação e se preocupem com a concorrência, aumentando a escala e a eficiência”, comenta Roberto Ribeiro da Cruz, CEO da Pixeon, uma das maiores empresas nacionais de tecnologia para saúde.

O cenário de mudança positiva da economia reserva bons frutos para a população brasileira, como a formalização do emprego e a recuperação da renda. “Podemos esperar um lento ajuste econômico, mas com influência na queda da inflação e na formalização da mão-de-obra a médio prazo”, analisa Padovani. O CEO da Pixeon completa dizendo que na área da saúde as mudanças serão mais perceptíveis no setor privado, que deve estar mais atrativo para receber novos modelos e investimentos.

O interesse no mercado da saúde é reforçado pela recuperação econômica. O momento atual da saúde no país segue na direção do serviço público, uma vez que, desde 2014, com a alta taxa de desemprego, muitos brasileiros trocaram seus convênios pelo sistema público. Atualmente esse serviço é responsável pelo atendimento de mais de 150 milhões de pessoas e de modo sobrecarregado também pelo aumento na expectativa de vida da população.

Contudo, segundo Roberto Ribeiro da Cruz, essa tendência deve se reverter com o retorno de parte desses usuários para planos de saúde particulares mais acessíveis. “Pessoas passam a ser mais exigentes com a saúde e migram para planos e convênios com custos mais próximos de sua realidade. Instituições privadas atraem novos participantes nacionais e estrangeiros”, observa o executivo.

As perspectivas para os próximos anos são, principalmente, os investimentos em medicina diagnóstica, os aportes estrangeiros, a verticalização dos planos de saúde e as clínicas populares, que estão conquistando mercado e já obtiveram crescimento de 17% no faturamento do primeiro trimestre de 2017.