Segundo a Confederação Nacional de Saúde (CNS), o setor de saúde fechou o ano com 9,7% do PIB brasileiro, sendo 57% de investimento privado e 43% de investimento público e com perspectiva de atrair muitos investimentos, inclusive estrangeiros que pensam o Brasil a médio e longo prazo, já que recentemente foi permitida a entrada de estrangeiros no segmento.

Com o envelhecimento da população e o desenvolvimento da medicina como um todo, a demanda por atendimento e serviços tem aumentado exponencialmente. Hoje, são 196 mil estabelecimentos privados de Saúde no Brasil, que movimentam custos de mais de R$ 104 bilhões. Apesar da quantidade, o país está longe de proporcionar atendimento adequado e suficiente para seus mais de 190 milhões de habitantes, somando sua rede pública e privada, uma certeza de ampliação do segmento.

Outro ponto pouco comentado é o funcionamento particular do setor. Grande parte dos estabelecimentos funcionam 24 horas ou mais de 8 horas, o que implica de 2 a 6 turnos, ampliando o número de vagas oferecidas. Além disso, existe uma grande amplitude com relação à formação de profissionais demandados. “Um hospital não precisa só de médicos e enfermeiros, ele emprega advogados, profissionais de marketing, hotelaria, administração, logística, serviços gerais” diz Adriana Thomazinho, gerente de RH da agência Luandre, que possui um programa especial somente para atender clientes do segmento de saúde. “Temos demanda de profissionais de diversos segmentos de carreiras que entendam a área e também um grande crescimento de demanda de profissionais ultra qualificados, como por exemplo enfermeiros de UTI neonatal, por isso criamos este programa e nos destacamos na recolocação de profissionais na área”, explica.

A saúde é um dos poucos segmentos da economia que mantém saldo positivo entre contratações e desligamentos. De janeiro a setembro, segundo dados do Caged, o saldo é de 55.089 vagas, uma variação positiva de 2,88%, enquanto o país fechou o período com 657.761 demissões a mais do que contratac?o?es.

Somente nas 11 unidades da agência Luandre localizadas em 3 estados são realizados anualmente cerca de 7 mil processos seletivos para vagas de saúde. Em 2014 foram preenchidas 5067 vagas e 4968 vagas em 2015.

Não é de hoje que os indicadores de trabalho do setor de Saúde no Brasil são melhores que os da média da economia. Em 2005, o setor gerava 3,9 milhões de postos de trabalho, que responderam por 4,3% de todas as ocupações no país e de 2000 a 2005, foram criadas 660 mil vagas na atividade. “Nossa expectativa é que o setor continue crescendo, oferecendo cada vez mais vagas e oportunidades. Temos muitas vagas em aberto e esperamos continuar como referência tanto para os candidatos quanto para as empresas da área da saúde”, revela Adriana Thomazinho.

Segundo a CNS, na qualidade da ocupação, medida pela carteira assinada, os empregados da saúde também estão na frente do mercado. São 66% com carteira assinada, bem acima dos 50% da média da economia.

Outro indicador de qualidade é o salário. Segundo o IBGE, o ganho anual do setor gira em torno de R$ 15.917, o que significa 64% a mais que o rendimento médio dos trabalhadores, que é de R$ 9.702. Os maiores salários estão na indústria farmacêutica (R$ 36,3 mil por ano), nos hospitais (R$ 33,1 mil) e na saúde suplementar (R$ 23,8 mil). “Existe uma grande variação salarial no setor dentro da agência que vai de salaries mensais de R$ 1.600 a R$ 15 mil ou mais, pois trabalhamos de copeiros a medicos. Esta variação é abrangente”, explica Adriana Thomazinho.

“Na saúde, além de salários maiores e vagas efetivas, temos também a contratação de vagas temporárias para cumprir demandas dos turnos, demandas sazonais e substituições, principalmente para os cargos mais operacionais (limpeza, copa e cozinha) e na área assistencial, com os auxiliares de enfermagem e técnicos. Os nossos contratos temporários, geralmente são de 90 dias, dependendo da demanda da área e hospital”, diz Thomazinho.

Como desafios imediatos e a médio prazo, a CNS destaca a situação delicada das operadoras de planos de saúde, o que afeta diretamente hospitais, clínicas e laboratórios. Há unidades em que 90% dos atendimentos são de segurados e casos de estabelecimentos que perderam 5% das receitas nos últimos dois meses. Outro ponto de preocupação é a alta do dólar, que tem gerado uma elevação de custos estimada em 15%, alerta o executivo.