O mercado de planos de saúde médico-hospitalares segue mostrando sinais de reação aos primeiros momentos de restabelecimento da economia nacional. De acordo com a Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (Iess), o ritmo de redução de beneficiários destes planos continua desacelerando. Mesmo com o rompimento de 465 mil vínculos de planos médico-hospitalares entre outubro de 2017 e o mesmo mês do ano passado – retração de 1,0% no total de beneficiários – houve redução no ritmo de rompimentos de vínculos, que estava em 3,2% em novembro de 2016.

Nos últimos meses, a retomada da economia esteve fortemente apoiada em setores que historicamente não oferecem o benefício de plano de saúde aos seus colaboradores, como o setor rural. No entanto, os outros setores começaram a mostrar sinais de recuperação. No terceiro trimestre de 2017, Indústria, Comércio e Serviços tiveram desempenho positivo na criação de vagas formais simultaneamente pela primeira vez desde o terceiro trimestre de 2014, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregado (Caged).

“Os números apontam a resiliência do setor de saúde suplementar, que começa a mostrar reação. Contudo, ainda é cedo para falar em recuperação do total de beneficiários, já que mais de 3 milhões de vínculos foram rompidos desde 2014”, aponta Luiz Augusto Carneiro, superintendente-executivo do Iess. Vale lembrar que os planos coletivos empresariais (aqueles oferecidos pelas empresas aos seus colaboradores) respondem por 66,6% do mercado de saúde médico-hospitalar.

No período de 12 meses encerrados em outubro de 2017, o setor de planos de saúde médico-hospitalares apresentou queda de 465,4 mil beneficiários em todo o país. Já o segmento de planos exclusivamente odontológicos continua avançando, com aumento de 6,8%, ou seja, 1,4 milhão de novos vínculos.

O segmento de planos exclusivamente odontológicos ainda conta com menos da metade do total de vínculos médico-hospitalares. Ou seja, ainda está longe de ser maduro e tem mais margem para crescer. “Os custos mais atraentes do que o de planos médico-hospitalares também são um diferencial”, conclui Carneiro.