Mesmo com a crise econômica e a saída de 1,3 milhão de beneficiários no acumulado de 12 meses até março de 2016, mais de 1.100 operadoras de planos de saúde no País movimentaram, no primeiro trimestre de 2016, R$ 38,9 bilhões em receitas. Houve crescimento de 10,3% na comparação com o mesmo período de 2015. Também as despesas assistenciais também tiveram um ritmo acelerado, totalizando R$ 30,7 bilhões no primeiro trimestre, alta de 10,7% na comparação com o mesmo período de 2015. Dessa forma, pode-se considerar um crescimento pequeno, descontada a inflação.

Apesar dos números positivos, o setor não enxerga motivos para comemorar, uma vez que as receitas e despesas assistenciais continuam em ritmo de desaceleração. A receita de contraprestações do mercado de Saúde Suplementar aumentou 12,6% nos últimos 12 meses terminados em março de 2016, comparada ao mesmo período de 2015. Já a despesa assistencial (que engloba gastos com consultas, exames, internações terapias e outros) cresceu 12,4%.

Ao analisar os números referentes à despesa total do setor de Saúde Suplementar, chega-se a R$ 150,8 bilhões, que  representa um crescimento de 11,7% nos últimos 12 meses terminados em março. A análise é da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), com base nas demonstrações contábeis que as operadoras de saúde enviam regularmente à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Neste mesmo período, as receitas de contraprestações somaram R$ 151,9 bilhões, aumento de 12,6% na mesma base comparação. Ou seja, para cada R$ 100 recebidos, o setor gastou R$ 99,3. Mesmo assim, o resultado operacional do mercado foi positivo, de R$ 1,1 bilhão no período.

Contabilizando apenas as despesas assistenciais do setor, o total foi de R$ 124,4 bilhões nos últimos 12 meses terminados em março, comparando-se ao mesmo período de 2015. O crescimento das despesas assistenciais, puxado pelos gastos com consultas, exames e internações, dentre outros, levou a sinistralidade do mercado de Saúde Suplementar para de 82,4%, considerando apenas as operadoras do segmento médico-hospitalar (medicina de grupo, cooperativa médica, seguradora especializada em saúde, filantropia e autogestão).