O primeiro dia do Simpósio de Planos Odontológicos – SIMPLO, evento organizado pelo Sindicato Nacional das Empresas de Odontologia de Grupo – SINOG, contou com o painel Os desafios e os caminhos para a sobrevivência das operadoras de planos odontológicos, que foi apresentado por Leandro Fonseca, diretor-presidente substituto da Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS, José Cechin, diretor executivo da FenaSaúde, e José Alves de Souza Neto, presidente da Uniodonto do Brasil.

O presidente do órgão regulador resumiu alguns dados do segmento de planos odontológicos aos participantes. “As 21 maiores operadoras representam 80% do mercado de Odontologia Suplementar no Brasil. Se tratando de beneficiários, a expectativa a longo prazo é de crescimento, visto que atualmente cerca de 24,2 milhões de pessoas possuem um plano odontológico”, comenta.

Fonseca também enfatizou que o órgão trabalha continuamente para o aprimoramento do segmento, por meio de uma análise profunda sobre as normativas específicas para o mercado de planos odontológicos. “Inclusive, um dos parâmetros da gestão é lidar com situações inesperadas”, conclui.

Para José Cechin, o sucesso de uma operadora odontológica dependerá de um processo de comercialização que seja econômico. “É preciso investir em tecnologias, como os canais online, como meios alternativos para conduzir o negócio. Atualmente, cerca de 12% dos brasileiros possuem planos odontológicos, mas há um amplo espaço para o crescimento do segmento: 20% de cobertura potencial”, explica. O executivo também enfatizou que a questão das multas é um dos principais fatores que preocupam as empresas, que atuam no segmento.

Em seguida, José Alves de Souza Neto pontuou que existe a possibilidade de desenvolvimento para as empresas, mas, para isso, é preciso superar os desafios que surgirão. “Existem algumas alternativas nos modelos de atenção primária, que visa a entregar um serviço de qualidade ao consumidor. O maior problema hoje é o modelo remuneratório, que estimula a falta de qualidade”.

O presidente da Uniodonto Brasil fez uma análise sobre a perspectiva da agência reguladora, as operadoras e o consumidor. “No caso da ANS, é preciso diferenciar operadoras médicas e odontológicas, além de aplicação de sanções proporcionais para a sustentabilidade das operadoras”. Para ele, o órgão regulador é o agente que une os três atores, propicia e estimula os ajustes necessários para o desenvolvimento do segmento.

“Sob o ponto de vista da operadora, deve-se pensar na evolução da segurança contratual e na diminuição do risco de judicialização. Ter empoderamento diagnóstico por meio de protocolos e diretrizes de utilização, além de diminuição de conflitos e efetividade nos atendimentos. E com relação aos beneficiários, é preciso cuidar do acesso, segurança, equidade, efetividade e eficiência, além de oferecer um ticket médio acessível”, conclui.

Após as apresentações dos especialistas, o público participou de uma sessão de perguntas mediada por Geraldo Almeida Lima, presidente do SINOG.