A seguradora SulAmérica quer mais saúde. A empresa anunciou, no dia 23/08, a venda de suas carteiras de seguros de automóveis e ramos elementares (residenciais e pessoais, excluindo seguro de vida) para a alemã Allianz por R$ 3 bilhões. Com a compra, a Allianz terá cerca de 15% do mercado de seguros automotivos e ascenderá à segunda posição, perdendo apenas para a Porto Seguro, e terá 9% do mercado de Ramos Elementares.

Já a SulAmérica completa sua opção por ser uma operadora de planos de saúde e previdência. E basta olhar os números do mercado para saber o que os investidores preferem.

Há três seguradoras listadas na Bolsa: além da SulAmérica, Porto Seguro e Aliança da Bahia frequentam os pregões (o IRB Brasil é uma resseguradora e, apesar de estar no mesmo setor, o negócio é diferente e os números não são comparáveis). Na média, a rentabilidade patrimonial é de 13,5% ao ano. Nada mau, é mais que o dobro da taxa Selic. A relação preço/lucro média é de 20,1, acima da média do mercado, que oscila entre 13 e 14.

Da mesma maneira, há três companhias abertas que lidam com saúde: Hapvida, Notredame e Qualicorp. Sua rentabilidade patrimonial média está em 18,4% ao ano, e a relação preço/lucro média é de 40,6. Na ponta do lápis, as seguradoras perdem na comparação. A rentabilidade patrimonial do setor de saúde é 50% maior, e a valorização de mercado é o dobro.

É fácil entender o porquê. Apesar da retração dos planos de saúde individuais, o setor tem conseguido preservar uma massa cativa de clientes, apesar de injetar reajustes de preços equivalentes a até 500% da inflação nas veias da distinta freguesia. Com margens como essas, faz todo o sentido para a SulAmerica deixar de se preocupar com o complicado seguro de automóveis e concentrar-se no seguro saúde.