Mais de 75% dos pacientes de todo o mundo esperam utilizar serviços digitais no futuro – em torno de cinco anos. É o que aponta pesquisa feita pela consultoria americana McKinsey & Company. Nessa jornada rumo à transformação digital, na qual a rede de saúde está toda baseada em soluções de tecnologia e em uma plataforma aberta de comunicação e integração de dados, o papel de todos os envolvidos no sistema de saúde – pacientes, médicos e prestadores de serviço – sofre mudanças.

De um lado, os pacientes podem, de maneira mais rápida, acessar informações de saúde, “diagnosticar” suas próprias condições, obter resultados de exames e, assim, receber um tratamento melhor; de outro, médicos e prestadores de serviços têm em mãos o registro de todos os dados, por meio de soluções como Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), Checagem Beira Leito e consulta de dados por meio de ferramentas de analytics. “Mas, para que isso funcione, tudo deve estar integrado em um sistema de gestão hospitalar que permita armazenar, pesquisar e coletar dados”, explica Aimar Lopes, docente em gestão hospitalar da Universidade São Camilo.

Veja, a seguir, as principais tendências que fazem parte da transformação digital, impactam a atuação dos profissionais de saúde e remodelam a experiência do paciente – elo mais importante do sistema de saúde:

1.Assistência médica e resultados baseados em valores

Os pacientes de hoje precisam enxergar valor nos serviços de saúde, a partir de diagnósticos baseados nos indicadores-chaves de desempenho e avaliações de outros pacientes em situações semelhantes às suas. Estatísticas puras não têm sentido; os resultados apresentados pelos médicos precisam ser mais relevantes e completos – aspecto tratado pelo uso de ferramentas de analytics e dados oriundos de todos os prontuários de pacientes.

2.Pacientes informados e envolvidos
Os usuários dos serviços de saúde envolvem-se com a assistência de diversas formas: buscam alívio quando doentes e, cada vez mais, querem participar ativamente da prevenção e dos cuidados próprios. Eles valorizam o acesso fácil à informação personalizada e confiável, resultados baseados em evidências para sua situação particular e a continuidade do tratamento e assistência. Engajar esse consumidor multifacetado requer novos canais de interação, formas de atendimento e disponibilização de serviços.

3.Novas oportunidades em vestíveis, apps e Internet das Coisas (IoT)

A proliferação de clientes que possuem dispositivos médicos conectados à internet abastece a disponibilidade do Big Data, ajudando os provedores de saúde a identificar e responder às necessidades do paciente em tempo real e ajustar o que for preciso. Isso abre novas oportunidades para prevenção, monitoramento e tratamento, aumentando o engajamento – e a satisfação – do paciente.

“A entidade precisa estimular a discussão sobre todos esses pilares, mostrar resultados e fornecer treinamento constante para incentivar o engajamento e conseguir, de forma mais rápida, inserir-se na transformação digital”, completa Lopes.