Nesse momento em que a saúde passa por uma revolução digital sem precedentes, em que os custos do setor são crescentes em todo o mundo e no qual o envelhecimento da população demanda dos gestores públicos e privados respostas para assegurar que esse processo ocorra com qualidade de vida, a ABIMED (Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde) e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) – que regula os planos de saúde e os procedimentos que são oferecidos aos beneficiários – abrem diálogo sobre soluções para esses desafios.

Debater esses temas tão fundamentais para a Saúde e buscar caminhos para equacioná-los é o objetivo do Seminário ANS e as Transformações no Setor de Dispositivos Médicos, com o Diretor-Presidente Substituto da agência, Rogério Scarabel Barbosa. Promovido pela ABIMED (Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde), o encontro será realizado no dia 11/2/2020 (terça-feira), às 14 horas, no Hotel Renaissance, em São Paulo.

Segundo a ANS, o país possui cerca de 47 milhões de usuários de planos de saúde (setembro de 2019). Atualmente, a agência revisa a cada dois anos a lista de produtos e procedimentos que são disponibilizados a eles pelos planos de saúde – frequência que não acompanha a velocidade com que se desenvolvem inovações disruptivas, como Inteligência Artificial e Internet das Coisas no setor de dispositivos médicos, representado pela ABIMED.

A experiência das empresas com a nova metodologia para pleitear a incorporação de tecnologias no Rol de procedimentos da ANS também faz parte do conteúdo do seminário.

“Além de agilidade de processos para acompanhar as inovações, há a questão dos custos da saúde que também precisa ser levada em conta. E, nesse ponto, incorporar as tecnologias certas pode ajudar muito os sistemas de saúde público e suplementar a melhorar a gestão, reduzir desperdícios e manter sua sustentabilidade financeira”, afirma Fernando Silveira F°, presidente-executivo da ABIMED.

Silveira ressalta que, do ponto de vista do paciente e do acesso a essas inovações, é preciso lembrar que a incorporação de tecnologia não se refere apenas ao tratamento de doenças, mas também em possibilitar que a população possa fazer uma boa prevenção e envelhecer com qualidade de vida. “Além disso, uma população saudável não sobrecarrega o sistema de saúde”, aponta.

Conforme projeções do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o número de pessoas com 65 anos ou mais deve triplicar nos próximos anos, chegando a 58,2 milhões em 2060 – o equivalente a 25,5% da população. “Diante desse cenário, todos os agentes que atuam na área da saúde têm a responsabilidade de se movimentar desde já para oferecer respostas satisfatórias à população”, afirma o executivo.

Relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgado em janeiro último, aponta o quesito “dominar novas tecnologias”, – como a biologia sintética e a inteligência artificial – como um dos 13 desafios para a próxima década. A entidade afirma que a evolução tecnológica levanta novas questões e desafios, mas também pode ajudar a resolver muitos problemas. E defende que a tecnologia e a saúde digital entrem na pauta dos debates mundiais sobre a assistência aos seres humanos.