Infelizmente as fraudes são muito comuns e conhecidas na área da saúde. Há várias irregularidades, como clientes que emprestam cartões para outros utilizarem ou falsificam documentos para contratação de planos de saúde. Alguns corretores de saúde também usam de má-fé quando alteram documentos; utilizam dados enganosos referentes a, por exemplo, peso e altura do beneficiário na declaração de saúde; montam cartas para redução de carência e criam elegibilidade para clientes pessoas físicas que não são elegíveis para adesão a um determinado sindicato.

Tais atitudes dos corretores de planos de saúde são, com certeza, fruto de uma incompetência profissional, ou pura falta de caráter e ética. No caso de clientes fraudadores, eles só querem obter vantagens, encontram um corretor com a “receita do sucesso” e, pronto, contrato fechado. A fraude é predatória em toda a cadeia, haja vista o número de operadoras que fecharam suas portas nos últimos anos, por má gestão acompanhada de fraudes. É condenável qualquer atitude deste tipo!

Para se ter uma ideia do impacto econômico provocado pela má gestão na saúde, segundo um cálculo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), R$ 22,5 bilhões dos gastos de operadoras de planos de saúde no País em 2015 foram desperdiçados por consequência de fraudes. Isso é 19% do total de despesas das operadoras. O IESS identificou, ainda, que 18% das contas hospitalares apresentam itens indevidos e entre 25% e 40% dos exames laboratoriais não são necessários. No fim alguém acaba pagando pela ineficiência e desonestidade, pois tudo isso acarreta o encarecimento de planos e tratamentos.

Para combater os prejuízos provocados pelos fraudadores, as empresas do ramo devem agir com o rigor da lei, tanto para os profissionais do setor como para o cliente. É necessário investir na transparência dos processos e julgamentos, com regras definidas e prazos mais eficientes.

A tecnologia pode ser uma aliada na transparência das transações, pois ajuda no cruzamento de informações.

Não restam dúvidas que, com as fraudes, todos acabam perdendo mais do que “ganhando”, pois o desperdício do dinheiro poderia ser revertido em custos menores nos planos de saúde, favorecendo os beneficiários e empresa.