Dona de mais da metade do mercado de saúde suplementar de Belo Horizonte e região, a UnimedBH estima que este ano registrará nova alta em seu faturamento, chegando à R$ 5,5 bilhões. No ano passado, foram R$ 5,04 bilhões e em 2017, R$ 4,5 bilhões.

A cooperativa tem sido uma das que vêm apresentando melhores resultados nos últimos anos entre as Unimeds pelo Brasil e tem conseguido avançar apesar do desemprego ainda em alta.

O desemprego tirou milhões de usuários dos planos de saúde empresariais nos anos de recessão e pós-recessão. Isso significa que, ao perder o emprego, uma fatia dos clientes de planos privados teve de se limitar aos atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS).

A Unimed-BH sentiu o recuo entre 2014 e 2015, quando o número de clientes caiu de 1,27 milhão para 1,21 milhão. Desde então, vem aumentando o número de usuários e fechou 2018 com 1,26 milhão — 20 mil a mais que em 2017.

Segundo o cardiologista Samuel Flam, presidente da UnimedBH, mesmo com o ambiente econômico desfavorável, a opção da cooperativa nos últimos anos foi de investir para ampliar a sua rede de atendimento. “Em 2016 adquirimos o Hospital São Camilo, que tinha gargalos no atendimento e não tem mais”, disse. O hospital fica em Belo Horizonte.

“Em 2018, construímos um novo centro de consultas para exames laboratoriais na região do Barreiro [área periférica da capital mineira], um empreendimento que começou do zero”, disse.

Na próxima semana, a UnimedBH inaugura seu segundo hospital em Betim, que terá 300 leitos.

“Investimos R$ 88 milhões na aquisição do São Camilo, R$ 17 milhões no centro do Barreiro e R$ 250 milhões no novo hospital em Betim”, afirmou Flam. “Tudo com recursos próprios.”

“Nossa dívida em 2018 ficou em apenas R$ 62 milhões para um faturamento de R$ 5,040 bilhões”, acrescentou o médico, que foi eleito pela primeira vez para o comando da Unimed-BH em 2014 e reeleito em 2018. Antes, havia presidido por oito anos a cooperativa de crédito Credicom.

Seguindo uma política de redução de custos fixos aliada a um movimento de investimentos para o aumento da capacidade de atendimento, Flam lembra que quando a Unimed Paulistana passou por uma série crises, as empresas clientes da Unimed-BH passaram fazer questionamentos sobre a gestão e a saúde financeira da cooperativa mineira.

“O que aconteceu em São Paulo afetou a gente. Tivemos explicar por algum tempo a posição da Unimed de Belo Horizonte e o mercado só parou de nos questionar quando compramos São Camilo em 2016 e ainda teve distribuição de sobras para os cooperados”, contou Flam.

Apesar de terem o mesmo nome, as cooperativas Unimed têm gestões diferentes em cada uma das regiões metropolitanas onde operaram. O sistema Unimed é formado por cerca de 350 cooperativas e tem cerca de 18 milhões de clientes. O mercado total de planos de saúde privados conta com 48 milhões usuários.

A Unimed BH — com seus quase 5,7 mil médicos — opera em 34 municípios, entre Belo Horizonte e seu entorno, detém uma fatia de 53% do mercado de saúde suplementar da região e tem como principais concorrentes a Vitallis, a Promed, o Bradesco e a Amil.

Para este ano, o médico e administrador diz que sua aspiração é que a economia volte a andar. “O Brasil estará melhor se a gente acertar a economia e quando as empresas estiverem crescendo, isso terá uma repercussão no modo de vida das pessoas”, disse Flam. E, claro, no negócio privado de saúde.