Assembleia geral da Unimed da Grande Florianópolis, marcada para esta quarta às 18h30min, terá repercussão na qualidade da assistência médica e hospitalar de Santa Catarina, quaisquer que sejam as decisões.

A ordem do dia prevê apresentação do relatório de auditoria realizada pela empresa Grant Thornton, no período entre 2008 e 2015, com os pontos críticos e ação considerada temerária das gestões anteriores.

Entre as questões mais graves está o projeto do Hospital da Unimed em São José. A diretoria presidida pelo médico Genoir Simoni recebeu autorização para investir R$ 51 milhões, mas o Hospital custou mais de R$ 120 milhões e desde a inauguração é deficitário. Perdia R$ 10 milhões ao mês por conta dos juros bancários. Hoje perde R$ 7 milhões.

A auditoria conclui pela existência de uma dívida atual de R$ 160 milhões. A falta de transparência é outro ponto importante no relatório. E, igualmente, os benefícios auto concedidos aos ex-diretores.

Duas propostas serão submetidas: uma de aporte individual de R$ 70 mil de cada associado e outra de venda do hospital ao governo por R$ 125 milhões. O projeto visa instalar ali o novo Instituto de Cardiologia, liberando sua área atual de 140 leitos no Hospital Regional de São José. Este seria transformado num centro médico de trauma. Uma terceira hipótese seria a venda da Unimed para uma empresa privada. A Unimed do ABC já foi transferida para a Intermédica.

O presidente da Unimed, Theo Bub, defende a entrega ao governo por vários motivos: elevaria o nível científico do Instituto de Cardiologia, melhoraria o Regional de São José, equacionaria a dívida da Unimed e garantiria o sistema.  Solução para os 250 mil beneficiários da cooperativa e para 1,6 mil médicos filiados.

A venda é polêmica. Há médicos contra o projeto e os hospitais públicos e filantrópicos estão em situação crítica em todo o Estado.