volta do médico de família. É nisso que aposta a Central Nacional Unimed para reduzir custos e aumentar a eficiência dos tratamentos de saúde, fazendo com que as pessoas se tratem com clínicos em vez de recorrer a hospitais. “Cerca de 80% a 90% das questões de saúde podem ser bem tratadas e resolvidas por um médico de família. É um modelo consagrado nos países com os melhores indicadores de saúde do mundo”, afirma Alexandre Augusto Ruschi Filho, presidente da Central Nacional Unimed.

“Não estamos decretando o fim dos hospitais, e sim o cuidado por uma equipe que possa acompanhar a pessoa ao longo da vida.” Em 2017, quase 9.000 pacientes haviam recebido o cuidado de uma equipe multidisciplinar liderada por um médico de família. No ano passado, foram mais de 16.000.

De um lado, o médico que acompanha o histórico do paciente tem mais possibilidades de detectar problemas cedo, quando eles são menores e têm mais chance de cura. De outro lado, a prática de recorrer a hospitais diminui a capacidade de tratar os casos mais sérios. “Isso prejudica a gestão da saúde pública e privada”, diz Ruschi Filho.

Além dos médicos de família, a Unimed, que tem 37% de participação no mercado de operadoras de saúde, vem investindo no monitoramento de beneficiários com mais riscos de desenvolver doenças como câncer, diabetes e hipertensão, assim como gestantes de alto risco.

De novo, há uma junção de interesses: os clientes são mais bem cuidados e apresentam uma redução de 35% nos gastos com consultas, exames e internações, de acordo com a empresa.

Os idosos são outra preocupação. “Em 2060, um em cada quatro brasileiros terá mais de 65 anos. Esse cenário é muito desafiador”, afirma Ruschi Filho. Uma das medidas de maior impacto nesse campo é o Unimed Ativa, que oferece espaços de convivência e socialização com atividades físicas, oficinas e palestras sobre envelhecimento saudável. O programa tem capacidade para atender cerca de 200 pessoas em São Paulo e 100 em Salvador.

Outra iniciativa é o curso de formação de cuidadores. Lançado em 2014, o programa de 100 horas de aula, presenciais e a distância, já capacitou mais de 1.000 pessoas. A meta é formar outras 600 neste ano por meio de uma parceria firmada com o Senac em 18 cidades. O programa foi acelerado em 2018 quando a Unimed percebeu que mais de 70% dos alunos saíam empregados antes de concluir a formação. “Nosso intuito é acolher o idoso, já que muitas vezes um familiar tem de pedir demissão do emprego para assumir esses cuidados”, diz Ruschi Filho.