A Amil busca um novo presidente, para substituir Edson Bueno, o fundador do negócio. A empresa, controlada pela americana UnitedHealth e um dos maiores grupos de saúde do país, está contactando diversos executivos do setor de saúde. Mas não se trata de tarefa fácil e não há pressa.

O acordo firmado em 2012 entre Bueno e a UnitedHealth prevê que o empresário venda a participação de 10% que ainda detém na operadora brasileira de planos de saúde até setembro de 2017, quando também deve deixar o cargo de presidente.

Já circularam informações de que não avançaram as negociações entre Bueno e Claudio Lottenberg, que preside o Hospital Albert Einstein desde dezembro de 2001. Mas não é bem assim. As conversas entre os dois continuam, segundo fontes do setor. Lottenberg é sócio de uma rede de clínicas oftalmológicas em São Paulo e uma das condições para assumir a Amil seria o presidente do Einstein afastar-se do grupo Lotten Eyes Oftamologia Clínica e Cirurgia. A clínica foi criada em 1989 em São Paulo, onde tem cinco unidades.

Cerca de dez executivos ligados a operadoras de planos de saúde e hospitais já foram procurados diretamente por Bueno, mas as conversas não avançaram, segundo fontes do setor de saúde. O filho dele, Pedro Bueno, que preside a Dasa, grupo de medicina diagnóstica controlado por Edson Bueno, deve continuar onde está e não é cotado para comandar a Amil.
Alguns desses executivos já estão em posições consolidadas ou em projetos em fase de maturação e declinaram da proposta.

Trata-se de um posto complexo tendo em vista a representatividade do fundador da Amil. “O setor tem uma série de complexidades, com regulações, e é difícil substituir um personagem tão icônico”, diz um headhunther que preferiu não se identificar.

Além do plano de saúde e dental, a Amil controla cerca de 30 hospitais. A última grande transação foi a compra do Hospital Samaritano, em São Paulo.

Ainda segundo fontes, outro ponto complexo é que a remuneração do novo presidente está atrelada a bônus e um plano de “stock options”. Em 2015, a Amil teve prejuízo de R$ 107,5 milhões e receita líquida de R$ 14,6 bilhões. Tem 5,6 milhões de clientes.