A Johnson & Johnson anunciou nesta sexta-feira que a vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Janssen, braço farmacêutico da companhia, tem uma eficácia de 66%, 28 dias após a aplicação em dose única. O resultado foi divulgado após a conclusão dos estudos de Fase 3, que envolveu quase 44 mil voluntários.

Entre todos os participantes de diferentes regiões do planeta, incluindo os infectados com as novas variantes, a vacina da Janssen foi 66% eficaz na prevenção de covid-19 em casos moderados e graves, 28 dias após a injeção. O início da proteção já foi observado após o dia 14.

O nível de proteção contra a infecção por covid-19 moderada a grave foi de 72% nos Estados Unidos, 66% na América Latina e 57% na África do Sul, 28 dias após a vacinação.

A vacina também mostrou proteção contra a linhagem B.1.351, vista na África do Sul.

A Johnson vai pedir autorização para uso de emergência início de fevereiro, nos Estados Unidos, e espera a aprovação até o final do mês.

A tecnologia usada pela Janssen na vacina é a de vetor viral, assim como a Astrazeneca/Oxford e da Sputnik V, por exemplo, que são vacinas que contêm partes do vírus projetadas para transportar genes do coronavírus e induzir a resposta imunológica.

O armazenamento pode ser feito em freezers de até 20 graus Celsius negativos, que garante a conservação da vacina por até três anos, ou com a duração de até três meses se refrigerada entre 2 e 8 graus celsius.

“A Johnson & Johnson embarcou no esforço global para combater a pandemia da covid-19 há um ano e trouxe toda a força de nossas capacidades, bem como parcerias público-privadas para permitir o desenvolvimento de uma vacina de injeção única. Nosso objetivo sempre foi criar uma solução simples e eficaz para o maior número de pessoas possível e ter o máximo impacto para ajudar a acabar com a pandemia”, disse o presidente do conselho de administração e diretor executivo da Johnson & Johnson, Alex Gorsky.

A J&J vai fornecer a vacina globalmente sem fins lucrativos durante a emergência pandêmica. A empresa tem acordos para fornecer sua vacina para os Estados Unidos, União Europeia, Canadá e outros países, por meio da Iniciativa Gavi, a Vaccine Alliance, uma organização internacional de distribuição de vacinas a países pobres.

“A vacina em dose única é considerada pela Organização Mundial da Saúde a melhor opção em cenários de pandemia, melhorando o acesso, distribuição e conformidade. A eficácia de 85% na prevenção da covid-19 grave vai proteger centenas de milhões de pessoas de mortes e internações pela doença, além de ajudar a aliviar a enorme carga colocada sobre os sistemas de saúde”, disse Paul Stoffels, médico, vice-presidente do comitê executivo e diretor científico da Johnson & Johnson.