Dados do Boletim Econômico da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS) apontam um aumento de 8% nas exportações brasileiras de produtos para a saúde entre janeiro e setembro de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023. O total movimentado foi de US$ 616 milhões. As importações, por sua vez, tiveram um crescimento ainda mais expressivo, de 19%, alcançando US$ 6,052 bilhões. Já o consumo de dispositivos médicos no Brasil registrou alta de 10,6% no período.

De acordo com José Márcio Cerqueira Gomes, presidente executivo da ABIIS, o setor retomou níveis similares aos de setembro de 2019, após a desaceleração causada pela pandemia. Ele destaca perspectivas otimistas para o setor, impulsionadas pela conscientização sobre prevenção, maior uso da medicina diagnóstica, adoção de tecnologias inovadoras como robótica e inteligência artificial (IA) e o reconhecimento da qualidade do serviço de saúde brasileiro, que consolida o país como um hub de turismo médico internacional.

“Tudo isso contribui para o aumento da demanda por produtos e serviços do setor. Por outro lado, as fusões e aquisições, a concentração de empresas e a verticalização entre planos de saúde, hospitais e prestadores de serviços de diagnóstico pressionam preços e margens de produtos”, analisa Gomes.

Principais parceiros comerciais

A Alemanha foi o principal fornecedor de dispositivos médicos para o Brasil nos nove primeiros meses de 2024, representando 15,6% das importações do setor. Em seguida, aparecem os Estados Unidos, com 15,3% e liderança em 10 segmentos de mercado, e a China, com 10,5%.

No campo das exportações, os Estados Unidos lideraram como destino de 22% do total comercializado pelo Brasil no período, movimentando US$ 136 milhões. A Argentina ficou em segundo lugar, com 7,5%, seguida pela Holanda, com 6,4%. Entre os segmentos exportados, destacam-se os equipamentos e materiais de apoio para “OPME” (Órteses, Próteses e Materiais Especiais), que representaram 61,2% das vendas brasileiras aos Estados Unidos.