Entre os 6.302 cotistas dos fundos da Infinity Asset, há cerca de 30 Unimeds que investiram recursos de suas reservas técnicas. A situação mais grave é da Unimed Vitória, que perdeu R$ 165 milhões com aplicações na gestora, que enfrenta sérios problemas de liquidez e está fechada para resgates, segundo o Valor apurou.
As operadoras de planos de saúde são obrigadas a ter reservas para cobrir as despesas em caso de falência. O setor como um todo tem provisões de R$ 57 bilhões. Esses recursos podem ser imóveis ou dinheiro que fica aplicado, em sua maior parte, em produtos de baixo risco como títulos do Tesouro. Os produtos da Infinity eram comercializados como produtos conservadores, no entanto, hoje sabe-se que eram operações de derivativos sem garantia e boa parte do lastro era a própria gestora, o que é uma infração grave.
As desconfianças em torno da Infinity afloraram em dezembro do ano passado, quando a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) descredenciou a asset justificando que seus fundos tinham partes relacionadas com o administrador da carteira. Entre os dias 16 e 24 de maio, a asset teve prejuízo de R$ 455 milhões.