Hoje, todos os setores são permeados pela transformação digital, o que implica em desafios únicos em relação à cibersegurança. As operadoras de saúde não são exceção nesse cenário. No segmento há, inclusive, preocupações adicionais, já que é uma área que lida com informações sensíveis – e que costuma ser alvo de cibercriminosos. De acordo com um relatório da Cybersecurity & Infrastructure Security Agency (CISA), cerca de 66% das organizações de saúde estão sob constante intimidação cibernética.

Porém, isso não significa que a inovação tecnológica deve ser encarada como uma ameaça. Pelo contrário: o uso estratégico de dados pode ajudar a resolver problemas históricos do setor, como fraudes e desperdícios. O que é sim necessário é a adoção de uma abordagem robusta e estratégica para proteger dados e assegurar a continuidade dos serviços.

A base de uma estratégia eficaz de cibersegurança começa com educação e treinamento dos colaboradores. Com as ameaças virtuais em constante evolução, todos os funcionários precisam estar capacitados para reconhecer sinais de ataques, como phishing e malware. Também devem ser incentivados a seguir práticas seguras no uso de dispositivos e manipulação de dados. Este tipo de preparação não apenas reduz o risco de incidentes, mas também promove uma cultura organizacional voltada à segurança.

Um segundo passo é a implementação de políticas claras de seguridade, assim, todos os membros da organização podem seguir os protocolos estabelecidos. Essas políticas devem abranger o uso de dispositivos, acesso a dados sensíveis e procedimentos específicos para resposta a incidentes. Dessa forma, as operadoras podem mitigar riscos e garantir que, em caso de ataque, haja um roteiro claro a ser seguido, minimizando os impactos.

Outro pilar fundamental é o uso de tecnologias avançadas. Firewalls, sistemas de detecção de intrusões, antivírus e criptografia de dados são exemplos de ferramentas que, quando bem implementadas, podem impedir a maioria das coações cibernéticas. Contudo, é importante que essas tecnologias sejam constantemente atualizadas e ajustadas. Somado a isso, o monitoramento contínuo das redes e sistemas permite que possíveis ações maliciosas sejam detectadas e mitigadas rapidamente – o que pode significar a diferença entre uma tentativa de ataque frustrada e uma violação expressiva de dados.

E, claro, como nenhuma medida de segurança é infalível, é preciso ter bem definido um plano de resposta a incidentes, que deve incluir procedimentos para comunicação interna e externa, ações de contenção imediata e estratégias de recuperação. Operadoras de saúde que estão preparadas para responder rapidamente a um ciberataque não apenas minimizam danos, como também preservam a confiança de seus pacientes e parceiros.

Esse guia de cuidados mostra como a inovação tecnológica pode ser incorporada à rotina dos planos de saúde de forma segura. Além dos exemplos citados, é importante reforçar que a cibersegurança deve ser um esforço colaborativo: parcerias com especialistas em segurança cibernética e participação em fóruns de discussão são medidas que ajudam a operadora a manter-se atualizada sobre novas ameaças e soluções. Existe todo um universo de melhorias que a tecnologia pode proporcionar ao setor de saúde – com as devidas ações de diligência, esses benefícios podem reverberar para todas as esferas da sociedade.