A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) realizou, em 3/9, o webinário Painel Econômico-Financeiro – 2º Trimestre de 2024, no qual apresentou ao público os dados mais recentes do setor de planos de saúde.

Ao abrir o evento, o diretor-adjunto de Normas e Habilitação das Operadoras, Cesar Serra, agradeceu a participação de todos e destacou o momento de otimismo que o setor de saúde suplementar se encontra. “Temos acompanhado os dados econômico-financeiros do setor com proximidade e é sempre uma boa notícia mostrar que o mercado está indo bem. Quando você tem retornos positivos, há folga financeira, o que possibilita melhor qualidade na assistência e pode atrair novos investidores ao setor. A saúde privada ganha com tudo isso”, iniciou Cesar. O diretor-adjunto mencionou que o 1º trimestre de 2024 já sinalizava uma recuperação após períodos complicados dos últimos anos e que o 2º trimestre enfrenta uma particularidade: “normalmente, os meses do 2º e do 3º trimestres são mais apertados, por conta da variação de temperatura e incidência de doenças respiratórias. Ainda assim o resultado é bom e esperamos que o mercado siga uma trajetória positiva”, reforçou.

O gerente de Habilitação e Estudos de Mercado da ANS, Washington Alves, conduziu a apresentação dos dados disponíveis no painel referentes ao 2º trimestre de 2024, iniciando com um panorama que abrangeu desde 2007 ao ano atual. Segundo o gerente, o setor viveu três momentos bem demarcados nos últimos anos. Entre 2007 e 2016 houve um resultado operacional próximo de zero. A partir de 2016 é possível perceber um crescimento mais expressivo deste resultado, tendo em 2018 e 2019 o melhor período em relação ao lucro operacional antes da pandemia. Já em 2020 houve a quebra dessa sequência com a interrupção de tratamentos, atendimentos, provocados pela Covid-19. Os anos de 2021 a 2023 apresentaram um cenário mais difícil para as operadoras, em que não se custeava só com as receitas diretas a operação de planos. Neste período, o principal colchão financeiro foram os rendimentos de suas aplicações financeiras. Finalmente, em 2024, o setor demonstra sua recuperação.

“Nossa grande notícia é a melhoria do resultado operacional, que ocorre em todas as modalidades, exceto nas autogestões. Isso significa que o que as operadoras recebem custeia o que está sendo utilizado e o resto da operação direta”, pontuou Washington ao destacar a reversão do quadro de resultado operacional acumulado no 2º trimestre de 2024 em relação ao ano anterior. O setor fechou o semestre com R$ 2,45 bilhões em 2024, enquanto teve um prejuízo de R$ 4,3 bilhões no mesmo período em 2023. “Isso representa que toda a operação foi paga com o que foi recebido e ainda sobraram R$ 2,45 bilhões, explica Alves.

Nesta atualização, a ferramenta traz uma novidade: a abertura dos valores – totais e per capita – pagos pelos beneficiários às operadoras de planos de saúde e administradoras de benefícios (contraprestações) de acordo com a cobertura do plano – médico-hospitalar ou exclusivamente odontológica. “Agora, teremos detalhada a receita de planos médico-hospitalares por tipo de cobertura. Isso nos ajudará a ter uma leitura mais fiel do comportamento deste segmento”, destacou o gerente da ANS.

Washington também comentou sobre a característica heterogênea do setor. “A saúde suplementar não é uniforme e vimos algumas oscilações depois da pandemia. Boa parte do aumento do lucro foi influenciada pelas grandes operadoras e temos uma base de beneficiários que teve crescimento constante após a pandemia”, disse o gerente indicando que os números reforçam a importância dos planos de saúde no Brasil. “Não é só um bem de consumo, não é só um desejo do brasileiro, ele é um grande financiador de saúde privada do país”, completou.

Para finalizar, Washington Alves comentou sobre as tendências apontadas pelo resultado deste semestre. “É compreensível que haja uma queda de resultado no 3º trimestre deste ano, influenciada, principalmente, pela sazonalidade apontada no início desta reunião pelo diretor Cesar, mas seguida de uma melhora no 4º trimestre”, concluiu, endossando que a perspectiva geral é de contas positivas ao longo do ano.

Após a apresentação do painel, os participantes puderam esclarecer dúvidas com a equipe da diretoria de Normas e Habilitação das Operadoras da ANS.

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