As operadoras de planos de saúde de assistência médico-hospitalar fecharam o primeiro trimestre desse ano com Resultado Operacional (RO) positivo de R$ 1,9 bilhão, o primeiro desempenho “no azul” para os três primeiros meses desde 2021. Além disso, o resultado trimestral apresentou convergência positiva dos três principais indicadores de desempenho econômico-financeiro do setor: RO, Resultado Líquido (RL) e Resultado Financeiro (RF) – algo inédito desde 2020 (até então, pelo menos um dos três indicadores tinha performance negativa no primeiro trimestre). Os dados, divulgados em agosto, fazem parte do relatório “Análise econômico-financeira dos planos de assistência médica no Brasil (2018-2024): Impactos da pandemia e perspectivas de recuperação”, produzido pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).”

A Receita Operacional retrata exatamente todas as entradas e saídas das operadoras especificamente com o negócio do plano de saúde, sem envolver os ganhos financeiros, por exemplo, com aplicações de Tesouraria. Obter um resultado operacional positivo é uma condição elementar para a sobrevivência e a sustentabilidade de qualquer negócio, e, claro, o mesmo raciocínio vale para uma operadora de plano de saúde”, analisa o superintendente executivo do IESS, José Cechin.

A RO equivale à diferença entre receitas e despesas da operação, ou seja, é o resultado obtido após deduzir despesas assistenciais, administrativas, de comercialização e outras do volume total de receitas obtidas com contraprestações (mensalidades) e outros rendimentos operacionais. Isso exclui, portanto, os ganhos financeiros das operadoras. Cabe lembrar que, em março de 2024, os planos de saúde de assistência médico-hospitalar contavam com 50,9 milhões de beneficiários, sendo que 17% possuíam planos individuais ou familiares, enquanto 83% estavam em planos coletivos empresariais ou por adesão, distribuídos entre 673 operadoras.

Segundo Cechin, diante da crise econômica deflagrada no setor desde a pandemia de covid-19 iniciada em 2020, esse é o primeiro sintoma de um processo de recuperação do sistema de saúde suplementar. Prova disso é que o RO do primeiro trimestre de 2024 representou uma melhora considerável ante o mesmo período de 2023, quando foi registrado resultado de negativo de R$ 1,7 bilhão.

O resultado é significativo porque, a partir de 2022, o setor viveu um processo de intensificação de demanda de serviços de saúde, a partir da retomada de procedimentos suspensos durante a pandemia de covid-19 (2020 e 2021).  “Entre 2022 e 2023, observou-se uma deterioração no resultado operacional, registrando valores negativos de R$ 10,7 bilhões e R$ 5,9 bilhões, respectivamente. Por outro lado, os resultados financeiros apresentaram melhora significativa, impulsionados pelo acelerado crescimento nas taxas de juros, alcançando R$ 9,4 bilhões e R$ 11,2 bilhões, respectivamente. O resultado líquido foi negativo em R$ 529,8 milhões e positivo em R$ 1,9 bilhão, respectivamente”, relata o documento.

A margem de lucro líquido (MLL), que representa a porcentagem do RL em relação ao total de receitas operacionais acumuladas no período, variou consideravelmente ao longo do tempo analisado, oscilando entre -4,7% e 16,2% (início da pandemia). No primeiro trimestre de 2024, a MLL foi, no entanto, de 3,7%, refletindo uma melhoria gradual nas margens das operadoras médico-hospitalares.

O estudo explica que os primeiros sinais de recuperação advêm de diversas iniciativas deflagradas pelas operadoras, caso de renegociações de contrato com fornecedores e prestadores de serviços, ganhos de eficiência administrativa (sobretudo com uso de tecnologias e melhorias de processos), combate ao desperdício (especialmente no enfrentamento de práticas fraudulentas) e reorientação assistencial, com foco em promoção da saúde, cuidados preventivos e apoio à gestão de saúde de portadores de doenças crônicas.

Todo esse conjunto de iniciativas também refletiu em melhoria da sinistralidade, outro indicador relevante. A proporção das receitas destinadas às despesas assistenciais atingiu o patamar de 91,7% no segundo trimestre de 2022, até chegar ao índice de 82,5% no primeiro trimestre de 2024, dentro da média histórica. “Observa-se uma tendência de redução da sinistralidade em todos os períodos, indicando uma possível recuperação do setor do ponto de vista econômico-financeiro, com a ressalva de que o primeiro trimestre de cada ano tende a apresentar resultados líquidos mais favoráveis”, informa o documento.

5 milhões de empregos

As oportunidades de empregos formais geradas na cadeia produtiva da saúde seguem em crescimento no país. No segundo trimestre deste ano, elas atingiram a expressiva marca de 4 milhões e 997 mil vínculos, com alta de 1,5% no período. As informações são do Relatório do Emprego na Cadeia Produtiva da Saúde nº 72, publicação do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).

O estudo considera os setores público e privado e os empregos diretos e indiretos, sendo que a região Sudeste detém mais da metade dos vínculos (2,5 milhões) da cadeia. O maior crescimento no trimestre ocorreu no Nordeste (15,8%), seguido por Sudeste (9,8%), Centro-Oeste (3,2%) e Norte (1%). O Sul apresentou variação negativa (-1,9%) no período.

As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, no entanto, destacaram-se ao apresentar a maior proporção de contratações na saúde em relação à economia, todas com o mesmo índice 12,4%, considerando o peso da cadeia no mercado de trabalho total. O Sudeste registrou 10,5% e o Sul, 8,4%.

Para o superintendente executivo do IESS, José Cechin, as oportunidades de emprego na cadeia da saúde seguem atingindo bons indicadores. “Com exceção do Sul, que no período avaliado registrou uma leve queda, reflexo das fortes chuvas que afetaram centenas de cidades, os indicadores foram positivos nas demais regiões, superando inclusive a taxa de crescimento da economia (1,2%)”, afirma.

O Norte também se sobressaiu em relação ao volume de funcionários públicos na saúde ao registrar a maior proporção (45,1%) do total de contratações na cadeia. A Análise Especial do estudo também aponta que, em junho, a região representava 5% dos vínculos empregatícios na economia brasileira, e a cadeia de saúde suplementar correspondia a 7,4% do total de trabalhadores.

Os dados apontam que o Pará é o estado com maior número de vínculos no período (71,1 mil registros de carteira assinada), seguido pelo Amazonas (32,9 mil).

Liderança das Unimeds

34 das 50 maiores operadoras de planos de saúde do Brasil são Unimed

O anuário Valor 1000 apresentou o ranking dos maiores planos de saúde que atuam no mercado. Dentre as 50 operadoras classificadas, estão 33 cooperativas médicas e uma empresa do Sistema Unimed. O resultado reflete a liderança da Unimed no setor de saúde suplementar, com 20,5 milhões de beneficiários de planos de saúde e odontológicos, e a força do modelo cooperativista, que possibilitou que a marca expandisse sua atuação a todas as regiões do país, com presença em 92% dos municípios brasileiros.

Unimed do Brasil – confederação que representa institucionalmente as 340 cooperativas médicas e empresas do Sistema Unimed – tem acompanhado o crescimento da participação das cooperativas no ranking ao longo dos anos. O presidente da entidade, Omar Abujamra Junior, analisa que o desempenho de destaque também é fruto da segurança assistencial e da qualidade dos serviços prestados, que fazem com que a marca conquiste a confiança de um número crescente de consumidores, tendo obtido aumento na carteira de clientes no último ano.

“A Unimed gera valor para a sociedade, contribuindo para movimentar a economia no segmento de saúde e para a criação de emprego e renda, com o desenvolvimento de estruturas para atender às necessidades da população, como hospitais e centros de diagnósticos, e de tecnologias para aprimorar a prestação de serviços. Nossas cooperativas também transformam vidas, pois participam do dia a dia das comunidades em que estamos presentes, por meio do investimento em programas de promoção à saúde e à prevenção e em projetos socioambientais”, destaca o presidente da Unimed do Brasil.

A força da Unimed em números

Ao longo de mais de 56 anos de atuação, a Unimed consolidou-se como líder do setor de saúde suplementar. Fundada em 1967, com a criação da Unimed Santos (SP), o sistema é composto atualmente por 340 cooperativas médicas e empresas. Presente em 92% dos municípios do Brasil, a marca atende 20,5 milhões de beneficiários de planos de saúde e odontológicos, com uma rede que inclui 118 mil médicos cooperados, responsáveis por gerar 147 mil empregos diretos.

A rede da Unimed é a maior do país em termos de assistência, com mais de 30 mil estabelecimentos de saúde parceiros, além de sua rede própria, que inclui 163 hospitais e hospitais-dia, 86 unidades de urgência e emergência, 509 clínicas, 42 centros de diagnóstico, 68 laboratórios e 96 serviços de terapias especiais. Em 2023, essa operação injetou mais de R$ 87 bilhões no sistema de saúde brasileiro, com a realização de 631 milhões de eventos assistenciais, como consultas, exames e internações.

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Destaques do Sistema Unimed

  • 340 cooperativas médicas e empresas
  • Presença em 92% dos municípios – 5.147 ou 9 em cada 10 cidades brasileiras
  • 20,5 milhões de beneficiários de planos de saúde e odontológicos – 10% da população
  • 118 mil médicos cooperados – 20,5% dos médicos ativos no país
  • 147 mil empregos diretos
  • 39% de participação no mercado de planos de saúde, líder na saúde suplementar
  • Rede própria: 163 hospitais gerais e hospitais-dia, 86 unidades de urgência e emergência, 509 clínicas, 42 centros de diagnóstico, 68 laboratórios e 96 serviços de terapias especiais
  • 17 hospitais da Unimed figuram no ranking “The World’s Best Hospitals 2024” da revista Newsweek, entre os 115 melhores hospitais do Brasil
  • 631 milhões de eventos assistenciais realizados em 2023, com um total de R$ 87 bilhões destinados aos serviços de saúde
  • No Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS), avaliação da ANS, 20 das 25 operadoras com nota máxima são Unimed, e 234 cooperativas foram classificadas nas melhores faixas de desempenho
  • 98 cooperativas possuem 138 unidades de Atenção Primária à Saúde (APS) e 392 programas de promoção à saúde e prevenção de doenças crônicas
  • Líder global entre cooperativas de saúde no World Cooperative Monitor 2023
  • Parcerias com mais de 130 startups por meio do centro de inovação Lab Hub Unimed
  • Faculdade Unimed: mais de 170 mil profissionais formados nas áreas de gestão, saúde e cooperativismo