A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) reforça seu apoio à campanha Setembro Amarelo, que tem o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a importância da prevenção ao suicídio e alertar para os cuidados com a saúde mental. Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, são registados mais de 14 mil suicídios todos os anos no Brasil, e a maioria dos casos está é relacionada a transtornos mentais não diagnosticados ou tratados incorretamente. Os números altos são alarmantes e podem ser revertidos por meio de ações de informação e esclarecimentos para a sociedade da promoção de saúde. Assim, a ANS chama a atenção para a promoção da saúde mental e a prevenção do agravamento de doenças como a depressão e o abuso de substâncias tóxicas por meio de ações como:

  • Conscientização: por meio de publicações, palestras webinar, podcasts, etc;
  • Incentivo a práticas de bem-estar mental nas escolas e no ambiente de trabalho, como: sessões de mindfulness, yoga na escola e nos escritórios ou intervalos para descanso durante o expediente.
  • Incentivo ao equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
  • Espaço de diálogos nas empresas, escolas e universidades
  • Estímulo a abertura de diálogos sobre saúde mental no ambiente de trabalho. Isso pode ser feito por meio de grupos de discussão, canais de comunicação interna ou sessões de aconselhamento.
  • Criação de Rede de apoio psicológico para enfrentar as situações de estresse.

De acordo com o estudo do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em colaboração com pesquisadores de Harvard, a taxa de suicídio entre jovens cresceu 6% por ano no Brasil entre 2011 e 2022, enquanto as taxas de notificações por autolesões na faixa etária de 10 a 24 anos evoluíram 29% ao ano no mesmo período. Os números apurados superam os registrados na população em geral, cuja taxa de suicídio apresentou crescimento médio de 3,7% ao ano e de autolesão de 21% ao ano, no período analisado. Os dados são resultados de uma análise de quase 1 milhão de dados, e constam no estudo publicado pela revista The Lancet Regional Health – Americas.

Em uma análise global, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos, em todo o mundo, sendo essa a quarta principal causa de morte de jovens entre 15 e 29 anos. Apesar dos números mostrarem uma redução de 36% no total de suicídios no mundo entre 2000 e 2019, nas Américas o caminho foi inverso: houve um aumento de 17% no continente, sendo que o Brasil apresentou um dos crescimentos mais significativos: 43% entre 2010 e 2019.

A ANS tem acompanhado esse cenário com atenção, mediante análises realizadas com informações fornecidas pelas operadoras de planos de saúde pelo país. Segundo o painel dinâmico Mapa Assistencial da Saúde Suplementar (com dados de 2019 até 2023), foi registrado um aumento de 39% das internações psiquiátricas nos últimos cinco anos, assim como as internações em hospital-dia para saúde mental, que sofreram aumento de 11,8% em relação ao ano anterior e de 63,4% em relação a 2019.

Entre as ações e programas da ANS, com o objetivo de promover a melhoria da qualidade e boas práticas na saúde suplementar, a Certificação em Boas Práticas em Atenção Primária à Saúde (APS) destaca-se ao propor um modelo de reorganização da porta de entrada na saúde suplementar com base em cuidados primários em saúde. Nesse sentido, a saúde mental na APS não está dissociada da saúde em geral. A Atenção Primária preconiza que os profissionais reconheçam demandas de saúde mental e intervenham em caso de queixas dos pacientes que chegam aos serviços de saúde. A APS deve ter os fluxos de atendimento definidos com base em seus atributos essenciais para atender entre 70 e 80% das condições de saúde da população e deve estar preparada para acolher e abordar a maioria dos casos de sofrimento psíquico. O programa da Agência prevê a concessão de um certificado às operadoras de planos de saúde que cumprirem requisitos pré-estabelecidos nessa estratégia.

Clique aqui e saiba mais sobre a Atenção Primária a Saúde (APS).

Já o Ministério da Saúde, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), oferece atendimento para pessoas em sofrimento psíquico através dos serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) e disponibiliza em seu portal uma página dedicada à prevenção ao suicídio. Nesta é esclarecido como reconhecer os sinais de alerta em si ou em alguém próximo a você, como pedir ajuda e centros de apoio emocional e prevenção do suicídio. Clique e acesse.

sobre a importância da prevenção ao suicídio e alertar para os cuidados com a saúde mental.