O setor de Saúde Privada, com um faturamento anual de R$ 415 bilhões no Brasil, está entre os setores mais aquecidos na busca por profissionais, segundo o Panorama Setorial da Saúde da Robert Half, consultoria global de soluções em talentos. O mercado de trabalho no setor cresce a uma média de 5,3% ao ano.

O Panorama Setorial tem como objetivo apresentar aos gestores um quadro amplo do setor de saúde, conectando as realidades do mercado às questões ligadas à gestão de talentos. O material traz uma análise sobre como os profissionais podem impactar o resultado das companhias.

O setor de saúde passou por uma grande consolidação recentemente. As muitas fusões e aquisições do setor posicionaram o segmento como um dos que mais transacionaram nos últimos anos. No entanto, existe um longo caminho até que essas uniões deem origem a organizações coesas e eficientes, principalmente no que se refere à mão de obra.

“Até o momento, o que se vê são operações que inflaram e se tornaram mais complexas, porém com estruturas, processos e sistemas muitas vezes redundantes ou até mesmo incompatíveis. Por vezes, os negócios são desenvolvidos por uma força de trabalho que carece de habilidades técnicas e comportamentais essenciais para as posições”, diz Lucas Nogueira, diretor regional da Robert Half.

A expansão da base de clientes, o aumento na sinistralidade e nas fraudes de usuários dos planos de saúde fez explodir o volume de glosas nos pagamentos de clínicas e hospitais. O acúmulo dessas situações gerou a necessidade de recrutar um número cada vez maior de profissionais qualificados com conhecimentos especializados nas áreas de faturamento, auditoria e autorizações. “Percebe-se um movimento das empresas em direção à profissionalização de sua força de trabalho, além de uma busca de maior senioridade principalmente na área financeira. Essa tendência visa reduzir as lacunas de formação, que percorrem desde as atividades operacionais até os níveis executivos”, acrescenta Nogueira.

Dadas as dificuldades para encontrar os perfis necessários, a alternativa frequentemente utilizada no setor costuma ser a de apostar no treinamento de colaboradores juniores, a “importação” de profissionais de maior senioridade, mais atualizados e vindos dos grandes centros ou a contratação por projeto de profissionais mais experientes para resolver backlogs e transferir know-how aos colaboradores permanentes da empresa.

Entre 2022 e 2023, mais de 90% das vagas abertas nas áreas de faturamento, auditoria, autorização e glosas foram por projetos com tempo determinado. De acordo com pesquisas da Robert Half, a alocação de profissionais por projetos é benéfica tanto para as empresas como para os colaboradores.