A saúde é complexa. Empresas do setor lidam com um quebra-cabeças diariamente: cuidar da saúde da população com qualidade, enquanto enfrentam os obstáculos e a intensa competitividade do mercado. É necessário equilibrar os pesos na balança, especialmente quando falamos de atendimento direto, como hospitais. Ao mesmo tempo em que é fundamental manter uma visão de negócios, o bem-estar não deve ser esquecido.

É visível que os serviços estão cada vez mais caros, diante dos avanços velozes na tecnologia e na medicina, tornando-a cada vez menos acessível para os mais vulneráveis, por exemplo, muitos idosos não conseguem bancar um plano de saúde que atenda às suas necessidades. Neste cenário, quem paga a conta – sejam operadoras de saúde, empresas ou o próprio paciente particular – progressivamente demanda mais valor nas entregas e revisão constante das margens. Com isso, como as instituições podem se adaptar para manter relações saudáveis e um sistema sustentável?

Antes de tudo, as empresas de saúde devem aproveitar a criatividade e inovação, mas nem sempre atrelada à tecnologia, identificando oportunidades, enxergando potencial, integrando o cuidado para o paciente, realizando parcerias no ramo e fora e, por fim, protagonizando mudanças na categoria. Hoje não é mais uma escolha que as unidades de negócios de saúde se profissionalizem. É essencial sair do papel e externalizar o mindset.

Tudo começa com aquele primeiro passo. Entretanto, para não pisar em falso, planejamento é primordial para ser usado como fortaleza neste momento. Um planejamento estratégico orienta a tomada de decisão e os caminhos a serem seguidos para se alcançar o objetivo da instituição.

O plano deve considerar não apenas o setor, suas novidades e os concorrentes, mas também todo o ecossistema, inclusive quem paga a conta. Normalmente, essas pessoas não entram nas discussões, no entanto, não faz sentido que elas não sejam consideradas para definir os próximos passos. Além disso, o olhar deve se virar para dentro da instituição, para aqueles que atuam no dia a dia e para o propósito já existente, considerando tanto os mais velhos como os mais novos. As raízes devem permanecer firmes, mesmo em momentos de mudança, afinal são elas que nos tornam quem somos.

Mesmo com os custos crescentes, um planejamento pode ajudar a definir estratégias e adentrar caminhos para ampliar o acesso à saúde. Racionalizar o processo de forma metodológica pode tornar os resultados mais humanos e empáticos.

Uma reflexão que deixo diante da atual conjuntura é: se o acesso à saúde passa por uma equipe multidisciplinar, que facilita a prevenção, o diagnóstico e o tratamento, como as instituições de saúde, que não são perenes, podem se adequar em meio a um atual cuidado tão fragmentado e um cenário tão competitivo? Nos próximos anos vamos acompanhar as novas soluções criadas e nos movimentar para desfechos clínicos e resultados administrativos mais satisfatórios.