Nos dias 15 e 16 de junho de 2023, a Plurall Consultoria realizou, em conjunto com os escritórios Oliveira Rodarte Advogados e Rodarte Nogueira, o seminário edição 2023 e virtual “Workshop: Cenários da saúde suplementar e desafios para sua sustentabilidade”, que tratou dos seguintes conteúdos:

  • Painel I: Agenda Regulatória 2023-2025, o que esperar da Regulação do Setor (Virgínia Rodarte Gontijo Couto) 

Foi apresentado um panorama atual do mercado de planos de saúde e as tendências de mudanças, abordando temas como agenda regulatória da ANS, rol de procedimentos, piso da enfermagem, prejuízos operacionais, pauta sobre estatuto do idoso no judiciário e reajustes de planos coletivos.

  • Painel II: Capital Baseado em Riscos, Regulação Prudencial e alterações recentes nos normativos econômico-financeiros (Beatriz Resende R. M. Pfeilsticker)

Foram apresentados indicadores de resultado do setor, parâmetros utilizados no Capital Baseado em Riscos – CBR e exemplos de gestão que podem ser efetuados para acompanhamento de cada risco, indicadores sobre o CBR por modalidade e por de operadora, novas normativas baseadas em regulação prudencial e alterações recentes nos normativos econômico-financeiros, incluindo ativos garantidores nas operadoras e administradoras de benefício, PAEF e prazo de envio do DIOPS.

  • Painel II: Governança Corporativa: Matriz de Riscos e Acompanhamento Periódico (Tatiana Xavier Gouvêa)

A palestrante abordou as vantagens estratégicas e benefícios da implantação da governança corporativa e de gestão de riscos das operadoras, incentivas pela ANS por meio da RN nº 518/22 da ANS, ao parâmetros mínimos a serem observados pela normativa e importância do acompanhamento periódico e resultados na prática da gestão por análise da metodologia de matriz de riscos e controles desenvolvida pela Rodarte Nogueira em conjunto com a Plurall.

  • Painel IV: Principais problemas e dificuldades na elaboração do DIOPS pelas OPS (Charles André Rovigo)

A elaboração do DIOPS (Demonstrativo de Informações de Operadoras de Planos de Saúde) pelas OPS (Operadoras de Planos de Saúde) pode enfrentar alguns problemas e dificuldades. Entre eles estão a complexidade dos processos de coleta, análise e validação dos dados, a falta de padronização e consistência nas informações fornecidas, a necessidade de integração de sistemas e a conformidade com as exigências regulatórias. Diante disso, o palestrante pontuou as maiores dificuldades e apontamentos feitos pela ANS para auxílio às OPS relacionados ao DIOPS e aos procedimentos Previamente Acordados emitidos pelos auditores contábeis independentes.

  • Painel V: Fatores que impactam na apuração dos valores das Provisões Técnicas e no TAP (Marcos Vinícius Santos de Carvalho)

O palestrante trouxe os principais impactos sobre o resultado do Teste de Adequação de Passivo e posteriormente sua relação com a provisão técnica PIC – provisão de insuficiência de contraprestação que vem aumentando em diversas operadoras em razão da queda do resultado das operadoras em 2022. Além disso, mostrou a evolução de todas as provisões técnicas de 2019 a 2022 e possibilidade de adoção de metodologia própria atuarial para redução dessas provisões.

  • Painel VI: Impacto dos reajustes dos planos no risco de subscrição: como mitiga-lo? (Beatriz Resende R. M. Pfeilsticker)

Os reajustes dos planos de saúde têm um impacto direto no risco de subscrição das operadoras. Aumentos excessivos podem levar à perda de beneficiários e seleção adversa, enquanto reajustes inadequados podem afetar negativamente a sustentabilidade financeira das operadoras. Encontrar um equilíbrio entre a adequação dos reajustes e a manutenção da acessibilidade para os beneficiários é essencial para mitigar o risco de subscrição. Assim, nesse painel foram abordados pontos de atenção na formulação de reajuste dos planos individuais, mas também o que deve ser analisado nos reajustes dos planos coletivos e ajustado para que a operadora mantenha o equilíbrio financeiro dos contratos, demonstrado cenários com exemplos numéricos.

  • Painel VII: Estratégia de modelo de atenção primária em uma autogestão (Omar de Carvalho Gomes Filho)

O palestrante abordou um tipo de modelo de APS – Atenção Primária à Saúde, detalhando as diversas variáveis consideradas na criação do modelo e sobre a parceria e junção de operadoras para o projeto ficar mais robusto e diluir os custos fixos das clínicas que compõem o atendimento. Além disso, mencionou sobre as estratégias de captação dos beneficiários, as diferenças entre produto e programa, a satisfação dos beneficiários com essa coordenação do cuidado, qualidade e eficiência dos serviços e alguns resultados numéricos já apurados.

  • Painel VIII: Novas coberturas no rol e seus impactos na modelagem da precificação por faixa etária (João Roberto Rodarte)

Foram apresentados os aumentos de custos entre 2019 e 2022 e o grande impacto causado pela inclusão mais acelerada de novas coberturas no rol de procedimentos e eventos em saúde, como inclusão de procedimentos de maior custo relacionados a terapias oncológicas e imunobiológicas e o TEA – transtorno do espectro autista. Esses impactos, por terem sido maiores em algumas faixas etárias, geram a necessidade de uma análise cuidadosa e atualização da modelagem atuarial de precificação para venda de  novos planos para garantir a sustentabilidade financeira das operadoras e também causam preocupação com os contratos já comercializados em que não há a possibilidade de alteração dos percentuais de mudança de faixa etária previstos contratualmente, conforme bem expostos pelo palestrante.

O seminário contou com a participação de 67 operadoras de planos de saúde, representadas por mais de 170 técnicos e gestores.