O sistema de saúde complementar sofre desperdícios no Brasil e no mundo, segundo especialistas ouvidos no Correio Debate: saúde suplementar, consumo e sustentabilidade realizado no dia 25/9 no auditório do jornal. Uma das soluções para evitar esse desperdício é a complementariedade entre setor de saúde público e privado. Segundo o coordenador geral da Secretaria Nacional do Consumidos do Ministério da Justiça (Senacon), Andrey Freitas, uma visão “enviesada” dificulta essa ação complementar entre os sistemas.

“Por questões históricas há uma separação entre os setores público e privado. Historicamente tratamos no Brasil serviços públicos como algo destinado a pessoas de baixa renda. Essa visão enviesada dificulta uma ação complementar e cria um desperdício de recursos no sistema de saúde”, afirma Andrey. Para ele, atualmente os serviços de saúde público e privado não conversam entre si como deveriam. “Essa combinação de esforços tem que ser melhor trabalhado”, afirma.

O coordenador geral da Senacon participou do primeiro painel do debate que abordou a questão dos planos de saúde. Sobre o ponto de vista de consumidor, Andrey acredita que as pessoas se preocupam com três pontos: informação, preço e qualidade. Para o coordenador da Senacon, é preciso que a informação chegue até a população.

“É importante, por exemplo, a ANS tenha um conjunto de informações no site dela, mas é ainda mais importante que essa informação chegue até a população”, explica. Já em relação ao preço, a mudança necessária é o pensamento a longo prazo. “Há uma mudança da base etária da população e por isso é preciso de uma mudança estrutural. A gente tem que pensar em soluções e como construir e manter esse sistema para os próximos 50 anos”, avalia.