Para o CEO da acreditadora IQG – Health Services Accreditation, Dr. Rubens Covello, o crescimento se deve, em grande parte, à pandemia

Seja como um diferencial para as organizações médicas ou em instituições de saúde que focaram mais em marketing para ter uma visibilidade maior, nenhum desses motivos fez com que o número das acreditações aumentasse. Modelo de gestão conhecido por países mundo afora, uma instituição de saúde acreditada demonstra preocupação com a maturação dos seus processos de gestão, gerenciamento de riscos, além de expressar uma atenção à centralidade dos pacientes. E o que fez o processo de acreditação aumentar no Brasil foi a pandemia.

Segundo dados levantados pelo próprio IQG – Health Services Accreditation, a maior instituição acreditadora da América Latina, em 2019 foram 324 propostas de acreditação. Em 2020 foram 226, 83 no primeiro semestre (número baixo por conta do início da pandemia) e 143 no segundo. Só no primeiro semestre de 2021 foram 188 propostas. Se o resultado se repetir igual ao primeiro semestre, os números deste ano passarão com tranquilidade os do ano de 2019.

Para o Dr. Rubens Covello, CEO do IQG – Health Services Accreditation, não existe uma pressão de setores específicos da saúde para que esse número aumente, mas sim do sistema como um todo. “Eu acho que a pressão é do sistema como um todo pós pandemia. A performance dos hospitais acreditados foi tão visivelmente melhor dos não acreditados que as instituições que não são acreditadas estão olhando para o processo de uma maneira diferente”, apontou ele.

E este processo aconteceu de forma natural, muito pela transformação do próprio sistema. “Eu não acredito que a gente vai ter um novo sistema de saúde, mas acho que vamos ter um sistema de saúde mais eficaz e mais eficiente. Ao procurar esses dois tópicos, as instituições estão em busca de ferramentas que eles não tenham em seu portfólio”, garante Covello.

“Quando começou a pandemia, pensei que fosse acabar (os sistemas de acreditação) por conta de as instituições estarem cortando fundos de lugares que elas entendem ter menos valor. E aconteceu justamente o contrário. Eu acho que os próprios líderes hoje estão mais maduros e entendendo melhor a questão da acreditação”, afirmou Covello, acrescentando que este aumento acaba gerando situações interessantes: “Tem um monte de certificação aparecendo aí que não tem nada a ver. Eles olham o mercado e veem que ele está caminhando para esse lado – e isso também é um sinal positivo – e começaram a aparecer várias certificações: de excelência, do paciente, certificação disso, daquilo… Só que infelizmente são certificações que não têm nada a ver por que não são ferramentas de gestão”, informou o CEO do IQG.

Com isso, a expectativa para o ano que vem não poderia ser diferente. Para Covello, como o foco sempre foi na questão da sustentabilidade do sistema e das instituições, isso fez com que o processo de acreditação sobrevivesse à pandemia e voltasse ainda mais forte. “A minha expectativa é de que aumente mesmo. No início da pandemia, algumas instituições desistiram do processo por acharem complicado e as instituições buscavam cortar gastos. Mesmo assim, eu entendo que este aumento não é para procura de processo de acreditação exclusivo do IQG, mas é um aumento como um todo das outras acreditadoras e das outras metodologias”, finalizou.