Com foco em verticalização, o GNDI investe cerca de R$ 70 milhões ao ano em infraestrutura e consegue ganhar mercado com a ampliação acelerada no número de beneficiários na carteira

São Paulo – Com ritmo superior ao observado no resto do mercado, o Grupo NotreDame Intermédica (GNDI), operadora de saúde verticalizada controlada pelo grupo Bain Capital, anunciou crescimento de 11% no número de beneficiários e 30% de alta do faturamento em 2017. Para 2018, a perspectiva de crescimento se mantém positiva.

“Vejo um ano cheio de oportunidades”, resume o presidente do grupo, Irlau Machado Filho. De acordo com ele, mesmo que o descolamento do cenário político e econômico diminua a partir do segundo semestre de 2018 – por conta das eleições – as projeções para o setor se mantêm positivas.

“Se o desemprego permanecer onde está – não necessariamente recuperar -, o grupo irá conseguir crescer mais rapidamente”, explica Machado, ao lembrar que apesar do avanço com novos negócios, houve um percentual de contratos com redução de beneficiários. Por isso, ele acredita que mesmo em um cenário em que as taxas de emprego se mantenham estagnadas, a empresa poderá acelerar o crescimento de sua carteira.

Um ponto que ajudou a manter o crescimento neste ano foi a formatação de alguns produtos para o segmento de pequenas e médias empresas (PMEs), que de acordo com o executivo, deve permanecer como um dos focos de expansão da operadora nos próximos anos.

Para 2017, a previsão é que o grupo consiga atingir um Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização) superior a R$ 700 milhões. “Saímos de aproximadamente 150 milhões em 2014, para 350 milhões em 2015, 495 milhões em 2016 e este ano devemos ficar acima de R$ 700 milhões”, comenta. Além disso, operadora investiu cerca de R$ 100 milhões na expansão da infraestrutura própria e realizou a aquisição de cinco hospitais. Os aportes nestes ativos ainda não foram divulgados.

Sobre a Reforma Trabalhista, ele destaca que não há expectativa de uma perda de beneficiários, por conta do surgimento de novos modelos de contratação. “Pelo contrário, acho que depois da implantação correta da reforma, mais vagas poderão surgir”, diz.

Mesmo que possam existir outras modalidades de contratação, ele acredita que o plano de saúde já se tornou “parte do salário” do funcionário e não deve ser deixado de lado.

Atualmente, a companhia possui 3,47 milhões de beneficiários, sendo 1,91 milhão de vidas na carteira de assistência médica e 1,56 milhão de planos exclusivamente odontológicos. O grande foco hoje está na cidade de São Paulo e municípios do interior – como Campinas, Sorocaba e Jundiaí. Ele acrescenta ainda que a ideia é expandir a rede própria também no Rio de Janeiro.