A procura por mamografia teve um aumento relevante entre as beneficiárias de planos de saúde médico-hospitalares de 2013 a 2018. De acordo com a Análise da Assistência à Saúde da Mulher na Saúde Suplementar Brasileira, feita pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), o total de exames desse tipo avançou de 4,8 milhões para 5 milhões entre 2013 e 2018. Alta de 5,1%.

Mais importante, o levantamento mostra que a procura por mamografia cresceu justamente pelo grupo definido como prioritário pelo Ministério da Saúde, as mulheres com idade entre 50 anos e 69 anos. Para elas, o total deste procedimento subiu de 2,1 milhões, em 2013, para 2,3 milhões em 2018. Incremento de 7,3%. José Cechin, superintendente executivo do IESS pondera que apesar do resultado, essa faixa etária ainda responde por menos de metade dos exames desse tipo no País. “Os números demonstram que mesmo que a conscientização sobre o câncer de mama tenha crescido em decorrência de campanhas como o Outubro Rosa, ainda é necessário mais investimento em promoção da saúde das mulheres”, avalia.

Enquanto o total de internações relacionadas ao câncer de mama avançou 19,7% no período analisado, passando de 34,9 mil para 41,7 mil, o de internações por câncer no colo de útero recuaram de 12,3 mil para 12,1 mil. Retração de 2,3%. Cechin pondera, entretanto, que é preciso fazer uma investigação mais aprofundada para entender se esse resultado é efetivamente positivo. “Entre 2013 e 2018, detectamos uma redução expressiva, de 6,8%, na procura pelo exame diagnóstico preventivo de câncer de colo de útero, conhecido como Papanicolau. Com isso, é preciso estudarmos mais detalhadamente a questão para entender se houve um recuo da incidência da doença ou se os casos estão sendo subdiagnosticados”, alerta. Em 2013, foram realizados 6,6 milhões de exames de citopatologia cérvico vaginal (Papanicolau). Já em 2018, foram 6,1 milhões.

O Estudo do IESS ainda indica um expressivo incremento na utilização de métodos contraceptivos. O total de laqueaduras tubárias avançou 20,7% no período analisado, de 13 mil para 15,7 mil. Já o implante de dispositivo intrauterino (DIU) mais do que quadruplicou. Foram 40,2 mil procedimentos em 2013 e 167,7 mil em 2018. Alta de 317,2%.

Até em decorrência desse comportamento, o levantamento detectou uma redução de 5% no total de partos no Brasil, de 535,7 mil partos para 508,9 mil. As cesarianas continuam respondendo pela maior parte dos procedimentos na saúde suplementar. Foram 425,9 mil ante 82,9 mil partos naturais em 2018. Ou seja, somente 16,3% dos partos são naturais. Vale lembrar, a meta da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) é de no máximo 45% dos partos sejam cesáreas e a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que esse parto não responda por mais de 15% do total. Praticamente o oposto do registrado atualmente. “Apesar das metas estabelecidas, acreditamos que é preciso destacar que cada procedimento tem benefícios próprios e os casos devem ser avaliados individualmente em conjunto pela mãe e seu médico de confiança”, opina Cechin.

Em relação a 2013, o total de cesáreas recuou 6%, passando de 453,2 mil para 425,9 mil. Já o total de partos naturais cresceu 0,5%, avançando de 82,4 mil para 82,9 mil. Os números, novamente, são referentes apenas aos procedimentos realizados na saúde suplementar.