O presidente do Conselho de Administração do Instituto Ética Saúde, Gláucio Pegurin Libório, defendeu que todos os atores do setor da saúde se empenhem para alinhar as relações, com o objetivo único de promover um mercado mais ético e transparente. A afirmação foi durante o Fórum de Compliance Healthcare, realizado em São Paulo, no dia 10/04. O evento teve o apoio do IES e discutiu a direção que a saúde tem tomado no Brasil e no mundo, sob a ótica de grandes especialistas do mercado.

 “A proposta do Ética Saúde, em primeiro lugar, é reunir todos os players e discutir o pagamento entre plano de saúde e hospitais, a relação dos hospitais com os distribuidores e assim por diante. Alinhando as relações, teremos sucesso e, naturalmente, trabalharemos dentro da cultura de compliance”, defendeu Libório.

O presidente do IES apresentou as principais conquistas do Instituto, desde a criação, em 2015. Também participaram do painel ‘Retrospectiva: o que os setores público e privado realizaram nos últimos três anos’, Cláudia Taya, do Ministério da Transparência; Francisco Balestrin, do CBEXs; e Lilian Orofino, diretora da ABIIS.

Nas considerações finais do Fórum de Compliance Healthcare, o presidente do IES fez uma rápida comparação de comportamento com as indústrias automobilísticas do Japão e dos Estados Unidos. “Os americanos faziam o controle de qualidade no processo final da linha de montagem. Enquanto os funcionários japoneses faziam ao longo de todo o processo. A qualidade estava incorporada no trabalho deles”. Para Gláucio Libório, o compliance no Brasil vai pelo mesmo caminho dos americanos com sistemas engessados, sem que estejam disseminados, verdadeiramente, por toda a empresa. “Os gestores precisam mudar a mentalidade e encarar o compliance como filosofia, acima de números, vendas e resultados”, completou.

O integrante do Conselho de Ética do IES e subprocurador Geral da República, Antônio Fonseca, ressaltou que o Instituto Ética Saúde é um modelo viável para fortalecer os mecanismos de integridade no ambiente de healthcare. “Faltam mais investimentos e mais apoio do mercado e do Estado. Os riscos à integridade e as entregas de valor têm que ser considerados do ponto de vista do paciente. As ineficiências decorrem de falhas de mercado e falhas da regulação. O mercado sempre vai atuar como mercado. Os agentes conscientes podem alcançar resultados não desprezíveis. Mas as autoridades precisam se articular adequadamente e implementar, manter e melhorar políticas públicas combinando governança pública, conformidade regulatória e mecanismos de integridade”, defendeu o subprocurador Geral da República.