A Agência Nacional de Saúde (ANS) finalizou uma consulta pública para a inclusão de procedimentos reconhecidos pela entidade. Estar nessa lista significa que o procedimento em questão – por exemplo, uma endoscopia – consta em uma tabela e é pago pelo SUS, além de poder ser incluído na cobertura dos planos de saúde.

Infelizmente, o acompanhamento ambulatorial e hospitalar por equipe especializada em cuidados paliativos não está no chamado rol da ANS e médicos se mobilizaram para mudar o quadro. Os cuidados paliativos abrangem tudo o que pode ser oferecido ao paciente que tenha uma doença fora de possibilidade de cura e que ameace sua vida, com o objetivo de melhorar a qualidade da sua existência até o fim.

O Brasil está atrasado inclusive em relação a outros países latino-americanos. Aqui, a medicina paliativa não é sequer uma especialidade, indo na contramão da recomendação da Organização Mundial de Saúde. A geriatra Claudia Burlá, especialista em medicina paliativa, explica a importância desse tipo de atendimento:

“No começo, falava-se de cuidados paliativos apenas na oncologia, principalmente por causa do impacto provocado pelo câncer. No entanto, muitas doenças crônicas evoluem para uma forma avançada para a qual não haverá sucesso no tratamento curativo. A Doença de Alzheimer é um desses casos, já que a enfermidade vai desconstruindo o paciente durante anos. E é quando se pensa que não há mais nada a fazer que os cuidados paliativos podem fazer toda a diferença para a pessoa até o final da sua vida”.