Em seis anos, o número de estabelecimentos que prestam serviço de home care (atendimento domiciliar), quase triplicou no país. Segundo boletim econômico da Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (Fehoesp), o Brasil tinha 392 dessas clínicas no ano passado – eram 138, em 2011.

Para Yussif Ali Mere Júnior, presidente da Fehoesp, esse serviço destoa e cresce mais do que o restante por causa do envelhecimento populacional, que demanda novos tipos de cuidado na saúde, e também pelo aumento do número de planos que oferecem a cobertura do home care. “Os convênios tinham, e alguns ainda têm, resistência ao tratamento domiciliar. Mas muitos perceberam que, além de proporcionar um cuidado mais humanizado ao paciente, também sai mais barato do que manter a internação”, diz.

Embora não esteja listado no rol de cobertura obrigatória dos planos de saúde, o serviço de home care tem sido cada vez mais alvo de demandas na Justiça – 90% com decisões favoráveis aos pacientes, segundo levantamento feito nas ações que tramitavam no Tribunal de Justiça de São Paulo – e de reclamações na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A procura da população também fez crescer a oferta de planos que oferecem a cobertura como um diferencial.

Condições

As entidades que representam os planos de saúde ressaltam que o pagamento dos serviços de home care não é obrigatório e ele é ofertado por alguns convênios dentro de contratos específicos. Segundo elas, as condições para a oferta ainda são incertas, especialmente em relação ao tempo de utilização, o que dificulta a ampliação da cobertura.

José Cechin, diretor executivo da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), diz que, quando há indicação médica para a continuação dos cuidados em casa e essa situação representa uma economia em relação à internação, os planos cobrem a assistência. “Há uma tendência à desospitalização sempre que a atenção domiciliar for mais econômica. Não seria racional do plano negar essa assistência”, diz.

A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) também avalia que o envelhecimento da população contribui para o crescimento da oferta de home care.