O mercado de planos de saúde será cada vez mais fortemente impactado pelo perfil etário dos habitantes do Brasil. A expectativa de vida sobe constantemente, e estima-se que, em 2100, mais de 40% da população tenha acima de 60 anos (15% mais de 80 anos!). Notem que não disse perfil etário dos brasileiros, mas dos habitantes do País, pois o grande processo migratório pode se repetir muitas vezes, por motivos econômicos, geopolíticos, ambientais e demográficos. E é natural que a migração aumente em busca de oportunidades, inclusive no Brasil.

O que poderá ser extremamente positivo para nós, pois receberemos pessoas mais jovens, que contribuirão positivamente para uma pirâmide etária mais equilibrada, em termos profissionais e previdenciários. Por outro lado, além de o Sistema Único de Saúde necessitar de mais recursos financeiros e novos modelos de gestão, as operadoras de planos de saúde terão de atender a parte dessa demanda. Somente o modelo assistencial de Atenção Integral à Saúde – com facilidade de acesso e primeiro contato resolutivo; continuidade do cuidado ao longo da vida; integralidade nas ações e cuidados; e coordenação da atenção pelo médico de referência – dará conta desse desafio. Além disso, teremos de estabelecer fundos financeiros especiais para ajudar a cobrir as despesas de idosos e de pacientes com doenças crônicas, a fim de que os preços caibam nos orçamentos de aposentados. Será ainda mais essencial que o conjunto de cuidados com a saúde se inicie antes do nascimento da pessoa, a fim de que possa ter uma vida longa e boa. E para que, eventualmente, possa continuar ativa depois dos 70 anos, para sua satisfação pessoal e para que o País não pare por falta de profissionais. Para tal, precisaremos, também, de bons profissionais e especialistas no tratamento de idosos, como geriatras, psicólogos e nutricionistas, entre outros. Não podemos descuidar dessas prioridades.

Os dias futuros estão logo aí.