O setor da saúde no Brasil ainda guarda muitos desafios, entre eles o próprio uso da Tecnologia da Informação (TI). Nesse aspecto, a interoperabilidade já está deixando de ser uma tendência, uma vez que, além de reduzir custos e eliminar deficiências através da automatização de tarefas, oferece maior controle e agilidade do workflow e otimização do tempo, garante também ao paciente uma melhor experiência de atendimento. A análise de dados facilita a identificação de pontos que devem ser melhor trabalhados e a realocação estratégica da força de trabalho. No entanto, muitas organizações de saúde ainda não adotaram a interoperabilidade dos sistemas de saúde por mera falta de conhecimento do processo. Veja agora 5 passos para implementação da interoperabilidade na saúde e como as aplicações modulares interoperáveis podem contribuir também para diagnósticos e tratamentos mais precisos ao mesmo tempo em que reduzem custos.

  1. Desenvolver e implementar o registro eletrônico de saúde (EHR) 

Essencial para trabalhar a saúde de forma preventiva, o registro eletrônico de saúde (ou EHR, em sua sigla em inglês), facilita a continuidade, e portanto a qualidade, a eficiência e o acesso aos cuidados de saúde. O EHR garante a integridade e a permanência da informação original em formato acordado e por tempo determinado; capacidade para diferentes vistas pelos utilizadores, e interações amigáveis e ainda interoperação com diferentes bases de dados em diversos locais (capacidade de integração em sistemas clínicos e administrativos diferentes).

  1. Desenvolver e implementar medidas de desempenho administrativo sensíveis para certificação 

Além de grandes custos operacionais, a desorganização da imensa quantidade de dados coletados em um sistema hospitalar gera déficit indireto por conta do tempo perdido em busca da tradução desses dados para a mesma linguagem, para que, só então, os profissionais possam atender seus pacientes. Por outro lado, o controle ineficiente de fornecedores e a falta de transparência geram gastos desnecessários e vultosos anualmente. A interoperabilidade viabiliza a análise de informações estratégicas, como o aproveitamento de leitos, o tempo gasto no atendimento e maior controle de estoques e pagamento de fornecedores.

  1. Definir cronograma de implantação de incentivos 

Otimizar a rotina na saúde é um grande desafio, gerado, principalmente, pela falta de padronização, mas a interoperabilidade reduz retrabalhos causados por erros humanos, facilitando a rotina ao automatizar processos. É preciso definir incentivos de pagamento específicos que incorporem critérios de medida de desempenho específicos e um cronograma de implementação, estabelecendo objetivos claros de realizações necessárias sob modelos de pagamento alternativos.

  1. Aumentar o nível de segurança e privacidade nas informações 

Cerca de 52% dos hospitais brasileiros já trabalham com prontuários eletrônicos, o que significa que quase a metade deles ainda precisa lidar com informações desconexas, ausência de comunicação entre os setores e perda de dados operacionais e de pacientes. A interoperabilidade de sistemas garante mais segurança e privacidade nas informações através de uma interface amigável, entrega de dados apenas a usuários qualificados e autorizados e oferece garantia de confiabilidade e autenticação da informação, além de registos auditáveis que documentam as interações feitas. No entanto, esses dados devem ser possíveis de serem trocados entre o setor público e privado.

  1. Incentivar a adoção da interoperabilidade entre autoridades e investidores 

Convocar uma reuniões entre as principais partes interessadas, como governos municipal, estaduais e/ou federal e o setor privado incluindo proprietários e investidores para atuar e acelerar a transição para a interoperabilidade. O processo deve buscar educar o sistema de saúde em todos os seus níveis no sentido da real necessidade de fazer a transição para registros e bases eletrônicas integradas e que, apesar de demandar custo inicial, ela é extremamente vantajosa poupando grandes gastos futuros para todas as esferas envolvidas.