Já consolidada em outras partes do mundo, a telemedicina demorou a vingar no Brasil, mas a realidade agora parece ser outra. Com a regulamentação do Conselho Federal de Medicina (CFM) em março de 2020, a fim de autorizar o uso do atendimento médico virtual durante a pandemia, as consultas on-line caíram no gosto do brasileiro. Uma pesquisa da Capterra, plataforma de busca e comparação de softwares, confirma que a modalidade chegou para ficar.

Segundo o levantamento, que ouviu 1.004 pessoas em todo o país, seis em cada dez pacientes afirmaram saber o que é telemedicina, e 55% já utilizaram os serviços de consulta médica a distância. Mais do que isso, 46% dos entrevistados que já experimentaram o serviço pretendem continuar utilizando-o ou aumentar o uso mesmo após o fim da pandemia e a normalização do convívio social.

Esse novo comportamento pode influenciar diretamente na escolha por profissionais ou empresas de saúde. Isso porque metade das pessoas ouvidas tendem a procurar médicos e operadoras que oferecem a modalidade de atendimento virtual, uma tendência que pode mudar completamente a oferta de serviços de saúde no país daqui em diante.

A telemedicina na pandemia

Enquanto hospitais e postos de saúde seguem lotados de pacientes com quadros de covid-19, o medo da exposição ao vírus foi o principal motivo apontado por 40% das pessoas entrevistadas para optar pelo atendimento à distância. Além disso, 54% revelaram que escolheriam o serviço on-line caso apresentassem sintomas relacionados à doença, como febre, tosse, dores de garganta e problemas respiratórios.

Planos de saúde e healthtechs

De olho nas novas tendências, as operadoras tradicionais de saúde estão cada vez mais conectadas às necessidades dos pacientes, e grande parte já oferece a telemedicina em seu cartel de serviços. Para avaliar isso, a mesma pesquisa da Capterra apurou que 80% dos entrevistados que possuem plano de saúde e foram atendidos de forma remota confirmaram que a empresa cobre o serviço.

Outro dado interessante levantado pelo estudo é que a contratação ou não de uma empresa especializada em saúde tem forte interferência na adoção da telemedicina. Entre as pessoas que participaram da pesquisa e possuem algum plano de saúde, 62% já utilizaram a modalidade. Já entre aquelas que não têm cobertura médica particular, apenas 37% já tiveram alguma experiência com teleconsulta.

Por outro lado, as startups especializadas em soluções para a área da saúde, as healthtechs, já nasceram em meio a esse cenário de transformação tecnológica e trazem intrínseca à sua proposta a inserção da telemedicina e de outros recursos inovadores, apostando na comunicação médico-paciente a partir da orientação e acompanhamento da jornada do paciente em tempo real, agendamento de exames on-line, descontos em farmácias, entre outros.

Com a crise econômica atual, esse tipo de serviço disponibilizado pelas healthtechs pode ser uma alternativa interessante para quem não tem plano de saúde, já que essas empresas apresentam valores mais acessíveis sem deixar de lado a qualidade do atendimento, segurança e facilidade para o usuário.