Como se sabe, hoje é celebrado o Dia Internacional da Mulher. Mais do que uma comemoração, o dia 8 de março sempre foi marcado por lutas, debate sobre o papel da mulher na sociedade, conquistas de espaços e direitos, como na área de saúde. Além de lembrar dessas e outras questões essenciais, achamos que é um importante momento para a reflexão sobre a saúde da mulher em nosso País.

Por entender que a população feminina requer programas de prevenção e cuidados específicos de saúde, a publicação “Análise da assistência à saúde da mulher na saúde suplementar brasileira entre 2014 e 2019” tem o objetivo de acompanhar alguns procedimentos de assistência realizados pelas mulheres beneficiárias da Saúde Suplementar coletados do “Mapa Assistencial da Saúde Suplementar” da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

O estudo mostra que em 2019, 47,0 milhões de brasileiros, 24,1% da população nacional, possuíam planos de saúde de assistência médico-hospitalar. Desse total, 53,2% (25,0 milhões) eram mulheres. A grande parte delas (61,2%) está no Sudeste, sendo 9,1 milhões em São Paulo, 2,9 milhões no Rio de Janeiro e 2,6 milhões em Minas Gerais e 556 mil no Espírito Santo. Além disso, 16 milhões, ou 64,3%, dos vínculos são de planos coletivos empresariais – fornecidos pelas empresas aos colaboradores.

A análise também mostra que houve uma queda do número de beneficiários em ambos os sexos de 2010 a 2019, maior entre os homens (-4,2%) do que entre as mulheres (-2,9%). Entretanto, observa-se que entre as beneficiárias, a queda não ocorreu igualmente em todas as faixas etárias. O número de beneficiárias com 60 anos ou mais (idosas) cresceu em todos os anos desde 2010, já as faixas etárias de 0 a 19 anos e de 20 a 59 anos seguem em queda desde 2014.

Além dos dados das beneficiárias de planos de saúde, o material também aborda dados sobre a atenção à mulher relativos ao câncer, partos e métodos contraceptivos. O estudo mostra que a procura por exame diagnóstico preventivo de câncer de colo de útero (Papanicolau) tem recuado.

Em 2014, esse procedimento diagnóstico preventivo foi realizado em 47,9 de cada 100 mulheres na faixa etária entre 25 e 59 anos. Em 2019, essa taxa foi de 46,1 e, em 2018, de 44,2 na saúde suplementar. Embora mostre um leve avanço entre 2018 e 2019, os números mostram que é fundamental que as mulheres dessa faixa etária fiquem atentas a este importante aspecto da promoção da saúde e prevenção no que se refere ao câncer de colo de útero.

Outro número chama a atenção. Acelera o ritmo de queda do número de cesáreas entre as beneficiárias de planos de saúde. Houve queda de 12% na taxa de cesarianas e aumento de 5,6% na quantidade de partos normais no período analisado. No intervalo analisado pelo estudo do IESS, o número de cesarianas foi de 466 mil em 2014 para 410 mil em 2019, uma queda de 12%. No mesmo período, o número de partos normais avançou de 78 mil para 82 mil, crescimento de 5,6%.

Por outro lado, o número de internações para a realização da laqueadura tubária (procedimento de anticoncepção definitivo) e implante de dispositivo intrauterino (DIU) tem crescido exponencialmente. Na comparação entre 2014 e 2019 houve aumento de 15,4% no número de internações para laqueadura tubária, saltando de 14,9 mil para 17,2 mil. Já o aumento no número de procedimentos de implante do DIU mais que quadruplicou no período, avançando de 50,9 mil para 205,2 mil.

Vale ressaltar que o resultado da análise é especificamente para a saúde suplementar. A publicação pode ser acessada na íntegra em https://bit.ly/EspeciaisIESS.