No dia 13 de novembro, a Aliança para a Saúde Populacional – ASAP – organizou o último evento do ano de 2017, em São Paulo, reunindo cerca de 100 pessoas, entre gestores e profissionais de saúde e RH para discutir a ferramenta Health Score Card (HSC) na gestão de saúde corporativa para recursos humanos.

Durante o evento, a pesquisadora e consultora da ASAP, Dra.Kylza Estrella, apresentou um balanço do termo de cooperação técnica firmada pela Aliança com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) nos últimos dois anos, por meio do qual foi desenvolvida a primeira pesquisa sobre a Abrangência de Programas de Promoção da Saúde em Empresas Brasileiras – uma análise sobre a maturidade dos programas de saúde desenvolvidos nas empresas. A pesquisa foi desenvolvida por meio do questionário CDC-HSC, desenhado para apoiar empregadores na avaliação das intervenções dos programas de promoção à saúde e prevenção implementadas, com base em evidência científica, avaliando as melhores práticas, abrangendo as seguintes dimensões: suporte organizacional, controle do tabagismo, avaliação da nutrição, atividade física, gerenciamento do peso, gerenciamento do estresse, depressão, pressão alta, colesterol alto, diabetes melitus, sinais e sintomas de ataque cardíaco e derrame, resposta na emergência para ataque cardíaco e derrame. Esta mesma ferramenta estará disponível no site da ASAP para que os gestores de RH possam utilizá-la livremente a partir de janeiro 2018.

Uma das empresas respondentes, a Unimed de São José do Rio Preto, apresentou um case de aplicação desta ferramenta na gestão de saúde dos colaboradores e dos clientes da empresa. A Gerente Comercial de Provimento de Saúde, Celia Mugayar, também participante do Comitê Técnico da ASAP, demonstrou como a instituição tem buscado aplicar os conceitos de gestão de saúde populacional em todos os segmentos do ecossistema de saúde. Por meio de pesquisa desenvolvida internamente com beneficiários e colaboradores, além de ferramenta de BI de estratificação de risco de saúde, a instituição mapeou o perfil epidemiológico e fatores de risco destas populações e desenvolveu linhas de cuidado com foco em sete grupos, como tabagismo, gerenciamento de estresse diabetes e hipertensão, entre outros, apoiada pelas diretrizes constantes no Questionário CDC quanto à abrangência e referências científicas. Com base nos resultados foram desenvolvidas estratégias para participação dos elegíveis nos programas de prevenção de saúde,  promoção de doenças e qualidade de vida, incluindo muito material informativo como apoio e aculturamento. Entre os resultados obtidos, destacamos: melhora do absenteísmo e turnover, controle de custo do benefício saúde e elevado índice de satisfação do colaborador na pesquisa de clima organizacional e qualidade de vida.

Finalmente, a Gerente de Monitoramento Assistencial da ANS, Katia Audi, apresentou o que a agência reguladora tem feito para contribuir na saúde corporativa como a criação de normativas e o desenvolvimento de ações voltadas para o incentivo da prevenção de doenças e promoção da saúde, incluindo o estímulo às operadoras de saúde para repensarem a organização das suas redes de atenção de forma a sair do modelo hegemonicamente centrado na doença; no oferecimento de Programas de Promoção e Prevenção como uma ferramenta de gestão da saúde dos beneficiários; e em uma nova discussão sobre as formas usuais de organização dos serviços de saúde com foco no monitoramento dos fatores de risco e gerenciamento de doenças crônicas, entre outros. O evento finalizou com um debate entre as palestrantes e o público, moderado pelo Diretor de Desenvolvimento de Pessoas da ABRH Brasil, Luiz Edmundo Rosa.